Uma das mais bonitas qualidades de Oxún, particularmente falando.
Esta Oxún é nova e caçadora, filha de Iyamonjá Asessú com Erínlé, foi criada por Oxún e Oxóssi e acompanha seu irmão gêmeo Odé Karê. Oxún, cujo a qualidade que caça tanto em água como em terra.
Oxún Karê assim como seu irmão, é fruto de um feitiço que Iyásessú fez para engravidar vendo a beleza de Logún-Edé, Iyásessú procurou as Iyá-Mí's e estas lhe disseram para jogar um obí encantado no rio e não poderia de forma alguma, abrir os olhos. Iyásessú pegou o obí encantado e ao jogar, curiosa como era, abriu um de seus olhos. O obí não caiu no rio, ele bateu sobre uma pedra e rachou ao meio, metade caiu no rio e a outra na floresta. Assim, passando-se alguns dias, Iyásessú engravidou, só que de gêmeos, estes ela nomeu como Karêlê pro menino e Karêlesi pra menina, uma mesma energia que se divide em dois, conhecidos como Odé Karê e Oxún Karê. Tal motivo desta lenda, que falam que não seria Erínlé o pai, mas foi ele que adotou.
Odé e Oxún Karê foram após um tempo abandonado por seus pais, e assim Oxún adotaram eles, e como pai adotivo ficou Oxóssi, nesta época já tinham Logún-Edé, por isso que Odé e Oxún Karê mantém ligação com Logún-Edé. Oxóssi ensinou tudo que sabia de caça para ambos, e deixou Odé Karê adentrar em suas adorações. Oxún ensinou a culinaria e ensinou toda sua vaidade e lhes deu o ouro e deixou Oxún Karê adentrar nas suas adorações. Assim Odé Karê e Oxún Karê tiveram seus nomes modificados devido adentrar em outros cultos, então como eram cultuados em Karê (cidade à oeste de Oxogbô) ficaram conhecidos como Odé Karê e Oxún Karê ( caçador ou Oxóssi de Karê e Oxún de Karê).
Como foi dito acima, Oxún Karê não é Oxún, apenas adentrou em seus cultos e assim é cultuada. Alguns dizem que seria na verdade uma reencarnação de Oxún. Não se há certo uma base concreta dessa energia em questão de origem, mas, sua difamação em cultos é bem propagado.
Outra lenda conta a união de Oxún Karê com Oxún Okê. Nesta diz que ambas eram caçadoras, as duas mantinham ligações com Oxóssi e se adornavam quase igual. Certa vez, Xangô viu Okê se banhando no rio, e quis se aproveitar, chegou cantando-a jogando seu charme pra cima dela, porém Okê não queria nada com o rei e ficava se afastando, Xangô ficou irado e agarrou Okê, esta não podia com a força de Xangô, mas, estrategista como era, jogou em seus olhos um pó branco que cegava por 10 minutos, tempo suficiente para que Okê fugisse. No outro dia, era Karê que se banhava e Xangô retornou no mesmo local, este acreditando que fosse Okê, já chegou na estupidez querendo agarrar Karê. Esta sem saber daquilo,também não era pareo para sua força, mas usou sua inteligência, virou uma jaguatirica e saiu correndo. Xangô não conseguia alcançar tamanha velocidade. Okê e Karê se encontraram, e Okê disse à Karê que viu Xangô atrás drla também e que ocorreu o mesmo com ela no dia anterior. Para se vingar, bolaram um plano para que o Aláfín de Oyó não quisesse mais abusar delas.
No dia seguinte, Xangô passava por lá novamente pra ver se encontrava Oxún de novo, então cantando suave apareceu Okê sentada às margens do rio, Xangô já ia em direção quando ouviu o mesmo cantar saindo da floresta, era Karê que se mostrava, Xangô ficou confuso, pois eram idênticas e suas roupas eram as mesmas praticamente. Karê e Okê apareciam e desapareciam toda hora entoando o mesmo som musical vocal. Xangô ficara confuso e perdido mais ainda, correu sem rumo para floresta. Porém, Xangô temia a floresta devido aos Egúns e as Iyá-Mí's. Xangô se perdeu totalmente no reino de Oxóssi e não se encontrava. Oxún Okê e Karê assustavam mais ainda o rei, pedindo-lhe para não abusar dela, caso isso, sofreria as consequências. Xangô saiu assustado e Oxóssi lhe mostrou a saída.
Nunca mais Xangô mexeu com elas novamente e Oxóssi vendo a união de ambas, deixou que se vestissem quase iguais para que confundissem os olhos dos mals intencionados. Okê e Karê se tornara parceiras e ambas caçadoras, se juntavam à Oxóssi para caçar. Karê de dia, Okê à noite.
Oxún Karê é totalmente vaidosa e perfumada, sempre se banhando de essências de flores ou plantas, e mesmo sendo jovem, não é indefesa, usa das artimanhas e das estratégias de caçadora. É rápida, esperta e inteligente. Não se abala por qualquer coisa e adora curtir o máximo que pode de todos e quaisquer momento.
É uma grande feiticeira e assim como Ogún aprecia feijão preto. Assim, Oxún Karê se torna essa divindade conhecida por todos, e pode também participar do culto dos Odé's devido sua ligação com Erínlé, Oxóssi e Odé Karê.
Para ela canta-se em ritmo de ijexá:
Omí áiyè ólòórisá...
Kárè gbògbò...Kárè...
Òsún dè... Kárè...
Omí ómò... Kárè...
Ò Ijèsá... Kárè...
TRADUÇÃO
Senhora orixá da água e da terra...
Dinâmica Karê... Karê...
Oxún chegou... Karê...
Filha das águas... Karê...
Uma Ijexá... Karê...
Ijexá é quem nasce em Ilexá, cidade de Oxogbô. Por isso se canta, dizendo ela ser da cidade de Karê, criada e considerada em Ilexá e sua ligação tanto com a água quanto com a terra, mas mostrando ser filha das águas.
Sua iguaria é o típico omolokún, porém como citado acima, aprecia também o feijão preto, mas temperado no oliva com camarão e alecrim. Adorna-se com um ofá ( arco e flecha) na mão, um abebê (espelho) na outra, chifres na cintura e uma lança nas costas. Sua roupa é o amarelo-ouro com azul e poucos detalhes branco. Seu fio é cinco miçangas douradas e duas azul-claro. Assenta-se Oxún e Oxóssi no orí, também Iyamonjá, Oxalá e Ogún.
Sua saudação:
Emí Karè Ò, Iyè Iyè Ò Òsún!
orixás meu amor minha vida
#Povodafloresta