Em sua vida, teve esposa e filhos e sentia-se velho, não tinha fartura, trabalho, enfim, vivia desgostoso. Olórun ouvindo as suplicas de Òrúnmìlá, deu sinais para ele procurar um Babalawo, que ao consultar Ifá, lhe indicou um ebó.
O ebó consistia em 5 cabaças abertas e sacrifício de um galo.
Cada dia uma cabaça e um galo, completando 5 dias.
Ao depositar a oferenda nas encruzilhadas, uma entidade se apossava e se alimentava da oferenda. A cada dia fortificava seu corpo espiritual até que no quinto dia, tornou-se um ser humano. As 5 cabaças fecharam e ele as carregava com ele, pois era um enviado de Olórun para cumprir a missão de oferecer-lhe as 5 cabaças citadas, Paciência, Longevidade, Fertilidade, Riqueza e Sabedoria.
No quinto dia, este homem seguiu Òrúnmìlá até sua casa. Batendo à porta, ofereceu-lhe as cabaças pedindo para que escolhesse apenas uma.
Òrúnmìlá em dúvida chamou a esposa que lhe aconselhara escolher a Fertilidade, assim poderia ter vários filhos, além dos 3 que já tinha. Não contente, chamou os filhos, que aconselharam escolher a Longevidade, assim poderia conhecer os filhos dos seus netos. Não feliz, chamou os irmãos, que lhe deram o conselho de escolher a Riqueza, assim ficaria rico e não passaria mais necessidades. Òrúnmìlá mesmo escolheria a cabaça da Sabedoria, mas mesmo assim ficou na dúvida e chamou seu melhor amigo, Èsù.
Èsù quis saber o que sua família havia escolhido e disse que a única cabaça que ninguém se interessou seria a mais importante. Então Òrúnmìlá obedeceu aos conselhos de seu amigo Èsù e disse que quem escolhesse a Cabaça da Paciência, com o tempo teria as demais cabaças juntas.
Òrúnmìlá então ficou com a Paciência.
O homem cumpriu sua tarefa e voltou para rua indo em direção ao Céu. A cada passo seu corpo físico desfazia e no caminho ao Céu uma cabaça acordou.
A primeira que acordou foi a Sabedoria.
Onde está a Paciência?
Perguntou.
Ficou na casa de Òrúnmìlá, disse ele.
Sem ela eu não volto pro Òrun.
De repente a Cabaça da Sabedoria sumiu das suas mãos.
Mais adiante, a Fertilidade acordou fazendo a mesma pergunta.
Até que todas iam acordando e sumindo, indo em direção à casa de Òrúnmìlá.
Quando chegou à porta do Òrun, a entidade estava chorando de medo, pois tinha que trazer as Cabaças de volta.
Ao entrar no Palácio de Olódùmarè, todos o esperavam, até Olódùmarè pedir para que entrasse e disse:
“Você cumpriu sua missão?”.
Sim senhor, mas todas as Cabaças sumiram das minhas mãos e voltaram para a Casa de Òrúnmìlá.
Disse Olódùmarè acalmando-o:
Sim, quem escolher a Cabaça da Paciência, terá juntado dela toda a riqueza do mundo, vida longa, fertilidade e sabedoria. Não se preocupe que sua missão foi cumprida. Agora Òrúnmìlá continuará vigiando e pondo ordem na Terra.
Esta é uma itan da qual podemos passar aos desesperados, pois com fé, com certeza Olódùmarè olhará por nós, dando-nos tudo que precisamos se tivermos conosco não a Cabaça em si, mas a paciência que morava dentro dela.
Só para enfatizar – As amigas inseparáveis.
A Paciência é a única sobrevivente e companheira da Esperança.
É necessário quase que casamento entre as duas.
Até que a morte as separe.
Lembre-se que a Dona Esperança tem vida longa.
Paciência não.
Como nós mesmos dizemos:
“A Esperança é a última que morre”.
A Paciência não.
Espero que vocês tenham a Dona Paciência como amiga e aliada, pois sem ela, muitas coisas ficarão perdidas na vida e se a dona Paciência morrer antes corremos o risco de a Esperança ir junto.
Evite que isso aconteça com você.
PAI FOLHA
#Povodafloresta