quinta-feira, 22 de março de 2018

PRETA VELHA VOVÓ BENEDITA



Vovó Benedita é uma bela negra que foi escravizada nos primórdios de sua infância. Viveu por toda sua vida em uma fazenda na região Sudeste do Brasil. Em sua caminhada na vida terrena teve muitos sofrimentos, mas nenhum deles fez com que a negra Benedita perdesse o que ela tinha de mais lindo, sua fé, sua alegria e coragem de caminhar adiante.

Quando menina ainda ficou sem a proteção de sua mãe, que desencarnou por um forte mal nos pulmões, e como seu pai teria sido vendido para atuar como escravo trabalhador em roças de grãos de café em uma distante fazenda, ela se encontrou só ainda em tenra infância.

Mas na verdade não estava só, pois Oxalá colocou no caminho da menina uma negra que tinha o dom de amar a todos como mãe. Essa negra, já com a idade madura, não se fez de rogada em assumir com um grande amor maternal a pequena menina Benedita.

E com o passar do tempo a negra que protegia a menina passou a ensinar-lhe tudo sobre as crenças, a fé e as magias dos negros africanos, para que assim ela crescesse sem se sentir desprotegida.

O tempo foi passando a menina Benedita já era uma linda moça sorridente, por demais brincalhona e extremamente feliz, mesmo estando na condição de escrava.

A sua protetora, a negra Joaquina, já com uma idade bastante elevada, tinha a jovem Benedita como uma afilhada amada, a ensinava tudo que podia, todas as magias, todas as rezas e benzeduras. E claro que com isso seu apego cresceu bastante.

Na fazenda já havia nascido a sinhazinha filha do coronel cafeicultor, uma bela menina de pele branca como um copo de leite, e foi designado a função a Benedita a ser sua mucama, que cumpriu muito bem essa função desde a tenra infância da bela sinhazinha.

A sinhazinha tinha adoração pela mucama, onde ia a negra deveria estar junto, caso contrário ela reclamava. E com o passar do tempo as duas ficaram inseparáveis, principalmente que junto a elas sempre estava um primo consanguíneo da jovem Benedita, o menino Benedito, negrinho falante, brincalhão e esperto, que junto com sua prima mais velha faziam tantas travessuras, fazendo assim a sinhazinha gargalhar, em uma felicidade extrema.

Sempre observados pela velha Joaquina, os três passeavam alegremente, sorrindo e pulando de um lado para o outro, como se aquele mundinho deles fosse mágico.

Anos e anos se passaram, a sinhazinha, e o negro Benedito cresceram, a negra Benedita envelheceu, mas continuavam as suas aventuras como crianças. Uma amizade grandiosa, uma menina branca e dois negros, juntos como uma família.

A negra Benedita era respeitada e amada dentro da fazenda, seu sorriso, mesmo cansado era encantador, seu modo de demonstrar a felicidade contagiava a todos em volta. O próprio coronel e sua sinhá tinha um carinho enorme pela negra.

Certa vez, ao visitar uma fazenda de um amigo de seu pai, a jovem sinhazinha se encontrava nos aposentos de uma amiga, filha do fazendeiro, quando ao anoitecer tiveram a triste ideia de se aventurarem pelas matas próximas da região, sem avisar aos pais da amiga, ou mesmo levarem uma companhia mais experiente para essa aventura. Saíram as escondidas com um sorriso infantil nos rostos, como se fossem descobrir o mundo lá fora.

Mas as matas tem muitos perigos e mistérios, principalmente ao cair da noite.

Em certo momento, as duas jovens, já adentrando pela floresta, sentem um certo receio, e decidem voltar a segurança dos aposentos da amiga. Contudo a jovem amiga da sinhazinha se espanta com um ruído e diz a sinhazinha que ouviu uma criança chamando seu nome. A sinhazinha diz não ter ouvido nada, e pede para saírem rumo a fazenda. A jovem replica e sem dar ouvidos a sinhazinha se embrenha pelas matas escuras, como se estivesse em transe, e nos seus ouvidos uma voz infantil suplicando ajuda e chamando por seu nome.

A sinhazinha implorava que ela voltasse, que não tinha nada e nem ninguém lhe chamando ou em perigo. Mas a jovem não ouvia mais nada, saia em disparada sem olhar para trás, sem dar atenção a mais nada, sem recear o que poderia vir pela frente.

A jovem sinhazinha sem ter o que fazer, foi atrás da amiga para tentar detê-la, não poderia deixar que ela se perdesse nas matas escuras.

Correndo foi adentrando pela floresta a procura da amiga, parecia ver vultos gargalhando, mas colocou esses fatos como sua imaginação e o grande temor de estar naquele lugar. Apavorada chamava pela amiga, mas nenhuma resposta era obtida.

Nesse mesmo momento, na casa grande, residência da sinhazinha, a negra Benedita estava impaciente, angustiada, extremamente nervosa, como isso não era de seu costume, tentou se acalmar, sem entender o que se passava.

Fechou os olhos, tentava descansar, mas a lembrança da sinhazinha vinha em sua mente todo o tempo.

Se levantou de sua esteira, caminhou até uma pequena janela, olhou para o céu, e rezou firmemente para Zambi, Oxalá e todos os Orixás para que protegessem a sua sinhazinha.

Num ímpeto saiu em disparada indo ao encontro de seu primo e grande amigo, o negro Benedito. Chegando a ele pediu-lhe ajuda para que de alguma forma saísse da fazenda sem que fosse vista. Sem muitas perguntas, o amigo e primo, lhe ajudou dizendo que não entendia o porque ela desejava sair assim, mas ajudaria pela confiança que nela tinha. A negra disse que depois explicaria, mas naquele momento deveria seguir sua intuição e tinha que partir.

De passos apressados ela se foi, como em transe ela seguia caminhos como que se uma força maior a levasse. Chegando até a entrada da floresta, ela sem receio se embrenhou pelas matas escuras. A cada passo que dava seu coração acelerava, sua boca estava seca, não tinha muito controle de seus membros, como que realmente estivesse sendo tomada por uma energia divina.

Em outra parte da floresta, a sinhazinha ainda buscava sua amiga, quando sem que ela esperasse uma sombra, que parecia com a de um homem a chama e diz: "Em busca de sua amiga minha jovem? Me siga que a levarei até ela." E sem esperar resposta da menina sinhá, a sombra entra cada vez mais pelas matas. A Sinhazinha como que encantada segue aquele vulto escuro, indo parar em uma pequena clareira na qual viu sua amiga caída. Seu desespero foi intenso ao ver essa cena, e correu em direção da moça. Surpreendida novamente pelo vulto da escuridão, que saiu do nada, ela se assusta e para, receosa do que poderia acontecer.

A sombra negra vem de encontro a jovem, estende-lhe a mão e diz: "Jovem menina, nesse momento você só tem uma maneira de salvar sua amiga das garras sombrias da morte. E para isso basta você apenas falar com toda sua convicção que aceita entregar seu espírito a mim. Com esses dizeres, prometo-lhe que sairá daqui com segurança e proteção, levando sua amiga. E só vai novamente se reencontrar a mim quando fizer sua passagem dessa vida terrena."

Ao ouvir essas palavras, a jovem sinhazinha lembrou-se das histórias sobre obsessores de almas, espíritos da escuridão que tentavam induzir as pessoas encarnadas a entregarem seus espíritos a escuridão, histórias essas que eram contadas pela negra Joaquina, pela negra Benedita, e claro pelo seu grande amigo, o negro Benedito.

Ao perceber a intenção do obsessor, a jovem sinhá com um grito desesperado, diz não aceitar tal acordo, e que o Deus dos negros ia salvar a ela e sua amiga das garras daquele espírito sem luz.

Diante dessa ação da menina, o vulto negro solta uma enorme e assustadora gargalhada, e diante dos olhos da jovem se transforma em uma descomunal cobra, de tamanho grandioso que nunca o mais valente caçador poderia imaginar.

Antes mesmo que a menina sinhá pudesse se defender, o obsessor em forma da gigantesca cobra, ataca e se enrola no corpo da menina, tentando assim fazer seu esmagamento.

Ela desesperada, sem poder gritar ou qualquer outra ação, se pôs a chorar e mentalmente rezava, as mesmas orações que aprendera com seus amigos negros.

Nesse instante, do meio da mata, surge a negra Benedita, que ao ver aquela cena de desespero, se ajoelha na mãe terra, e roga a todos Orixás pedindo que salvem sua menina branca das garras da morte.

O vento veio fortemente balançando as árvores, o céu se abriu para a saída de uma luz de imensidão grandiosa, essa luz desceu sobre o corpo da negra, ela se levanta com um salto, fica frente a frente com a imensa sucuri ainda enrolada ao corpo da jovem sinhá. E de braços abertos a negra fala palavras e palavras não entendíveis, mas que tinha um grandioso poder sobre toda a floresta. Suas palavras como em oração, foram arrancando toda as energias e forças daquele animal peçonhento, deixando-o enfraquecido de tal forma que fora soltando o corpo da jovem. 

A jovem se solta, mas cai sem sentidos, ficando junto ao corpo de sua amiga, que também se encontrava em um sono profundo.

O raio de luz que antes estava sobre o corpo de Benedita, passa a iluminar a grande sucuri, e com tamanha intensidade que o couro do animal passa a exalar um terrível cheiro de enxofre, e como se estivesse sendo queimado, fumaça negra saía das rachaduras feitas pela intensidade do calor.

Em pouco tempo o obsessor que estava em forma de animal era apenas um pó negro espalhado pelo chão da floresta.

A negra Benedita tenta superar a fraqueza e buscar forças para se aproximar das duas moças. E arrastando seu corpo chegou até elas, observando que a amiga de sua sinhazinha estava apenas com um profundo sono, mas a pobre menina sinhá estava inerte, com partes do corpo dilacerado, ossos partidos, sangue se demonstrando através dos poros.

De um pequeno embornal que trazia em sua cintura, Benedita pegou duas ou três ervas, macerou, fazendo sair o sumo, e dando para a amiga da sinhá tomar, que em poucos segundos desperta do encanto do obsessor.

Em lágrimas Benedita pede ajuda a menina, que ela trague água fresca, pois precisaria para fazer emplastros para serem colocados pelo corpo da sinhazinha.

A jovem obedece sem pensar, saindo em direção de um rio próximo que vira ao passar até aquela clareira. E retorna rapidamente, enquanto a negra buscava mais folhas e raízes da santa mãe floresta, para que assim pudesse salvar a vida de sua sinhá menina.

Com tudo que necessitava nas mãos, com as lições que aprendera com a velha Joaquina na mente, e com a fé que tinha em todos Orixás, a negra Benedita se pôs a fazer suas benzeduras, emplastros, cura e orações. Com lágrimas nos olhos se colocou de joelhos, clamando a Deus que salvasse a jovem. E suas orações foram atendidas, pois a mesma luz que antes dera forças a negra para chegar até a grandiosa cobra, eapós fizera desaparecer o animal como por encanto, agora estava iluminando o corpo da jovem sinhá, aquecendo-o, introduzindo pelos poros as forças e energias das ervas benditas que eram utilizadas para curar as feridas e as quebraduras do frágil corpo de menina.

Na fazenda cafeeira, o negro Benedito tem um encontro incomum, pois diante dele, no momento em que fazia uma oração, aparece a imagem de um negro com ar sereno, de sorriso fraternal, lhe dizendo que sua sinhazinha corria perigo, e que ele deveria interceder ao coronel da fazenda, para junto com ele, sair para buscar a jovem.

Benedito saindo em disparada, chamando a velha Joaquina, lhe conta rapidamente o que se passou, e ela prontamente vai até os aposentos do coronel e de sua sinhá, que seguem a negra até Benedito.

Rapidamente o coronel reúne seus feitores e jagunços, e partem seguindo o negro Benedito, e esse segue as orientações da imagem do negro de olhar sereno, que os leva até a clareira onde está a negra e as duas jovens.

Ao chegar no local, o coronel vendo sua filha ainda deitada ao chão, busca entendimento, e fazendo perguntas deseja saber o que houve e como as jovens foram parar nesse lugar e nessa situação, e porque a negra Benedita, que ele acreditava que estaria na fazenda estava ali.

Mas antes de qualquer resposta explicativa, Benedita observa que a sinhazinha abre os olhos. Lágrimas nascem e se espalhampelo rosto daquele rosto de menina. Ela se ergue, abre os braços e abraça a negra, agradecendo por ter salvado sua vida, as duas choram copiosamente abraçadas.

Benedito chorando intensamente, agradece a imagem do velho negro de olhar sereno, e esse parte dando um leve sorriso.

Após as explicações dadas ao coronel, tanto pelas jovens e pela negra Benedita, ele se atira a seus pés agradecendo pela coragem e fé da mucama, que salvou sua única filha das garras da morte. Mas ela humildemente diz que nada fez, e que deveria sim agradecer a Deus e aos Orixás que a encaminharam até as profundezas das matas. E assim o coronel o fez.

Ao retornarem a fazenda, fizeram uma grande festa, e nessa festa homenagearam os negros, os Orixás, as Entidades de Luz (como o velho negro de olhar sereno), e claro, também a Benedita, ao seu primo Benedito e a velha Joaquina, que mesmo na fazenda ficando, estava em orações em prol da vida da sinhazinha.

Muitos e muitos anos se passaram, o coronel da fazenda, em estado crítico de saúde física, já não podendo mais administrar suas terras, não tendo mais como conduzir seus feitores e jagunços, passou o comando para um afilhado seu, um homem de poucos sorrisos e sem coração. Odiava os negros como se esses não fossem de carne e osso como os brancos. E esse ódio foi derramado sobre o negro Benedito quando um fato inusitado ocorreu.

Após açoitar e torturar o negro no tronco, o jovem coronel manda arrancar os dentes de Benedito, deixando-o praticamente sem vida.

Ao saber de toda covardia do jovem coronel com seu primo e amigo, a velha negra Benedita não se fez de rogada, foi até o rapaz e expressou seu descontentamento de uma forma raivosa, o jovem coronel a empurra e diz que se ela voltasse a importunar com aquele assunto, ela que iria ao tronco. Mas mesmo essas ameaças não intimidaram a velha Benedita, que continuou falando sobre a covardia intensa do coronel afilhado.


O jovem coronel enraivecido, manda seus feitores levarem a velha negra ao tronco, dizendo que será lá que ela iria morrer. Ao saber do fato, sua protetora, a sinhazinha, implora pela vida da negra, e sem dar atenção ao clamor da sinhá, o coronel afilhado continua observando seus feitores arrastar a negra para longe da casa grande sobre os gritos de desespero da sinhazinha.

Como percebeu que nada adiantaria seus pedidos de clemência pela vida da negra, a jovem sai ao encontro de seu pai acamado em seus aposentos, conta-lhe todo o sucedido, inclusive o fato sobre o negro Benedito, e pede para ele interceder e ordenar a seu afilhado a parar imediatamente com as covardias sobre os negros.

O coronel, muito fraco, manda que tragam o seu afilhado até ele, e que soltem imediatamente a negra Benedita do tronco. E assim foi feito.

Com uma longa e árdua conversa, o velho e doente coronel ordena que as coisas sejam feitas de acordo com o desejo dele, e que não ia ser admitido mais o uso da chibata e de torturas no tronco em seus negros.

O coronel afilhado fez menção de compreender as palavras do velho adoentado, mas dentro de si corria um ódio descomunal, mas conforme ordenou seu padrinho, ele obedeceu. Mandou tirar o tronco das senzalas, não mais açoitava os negros, não perseguia mais a velha Benedita.

Mas seu olhar era de vingança, seu coração não entendia o que seria entender um semelhante, sua mente perversa imaginava o dia no qual pudesse se vingar da velha negra, aquela negra que entrava e saía da casa grande como se fosse da família. Ele odiava ver a sinhazinha dando largos sorrisos a sua mucama, odiava a proteção dada por ela aos negros.

Algum tempo se passou, e o coronel adoentado fez seu desencarne, e naquele momento o afilhado viu a oportunidade de se vingar dos negros. Pelo motivo que só existia na cabeça doentia dele, mas usou desses motivos sem nexo, e do desencarne do seu padrinho para no dia após da passagem do velho coronel, mandar recolocar o tronco de torturas nas senzalas, demonstrando assim suas intenções.

Sete dias se passaram, e assim o jovem coronel da fazenda ordena a seus feitores que tragam a velha Benedita até o tronco, e assim foi feito. Sem que a sinhazinha soubesse do fato, levaram a negra para uma distante senzala abandonada, e lá, com a chibata nas mãos, a negra acorrentada ao tronco, o jovem coronel com um sorriso irônico diz a negra, que demorou mas ele iria se vingar da vergonha que ela o fizera passar diante da família do velho coronel.

Ele com todo ódio reprimido dentro de seu ser, açoita a velha negra, e cada vez mais forte e mais rápido. Após várias chibatadas, seu corpo dilacerado, sangue escorre pelas vestes, lágrimas rolam na face.

O coronel entrega o açoite nas mãos de um dos feitores, mandando que ele faça todo o serviço, pois ele desejaria apenas ficar olhando, e saborear o sofrimento da negra.

A cada chibatada o coronel dizia a velha negra, que se ela implorasse por sua vida, talvez ele a poupasse. Mas ela deveria o convencer disso. 

A negra o olha firmemente nos olhos e diz:

"Não posso implorar, pois estaria implorando não pela minha vida, mas sim pela sua. Pois a cada chibatada que me defere no corpo, está deferindo contra sua própria alma. E sua alma não mais tem salvação."

O coronel ao ouvir isso ficou com muito mais ódio. E gritando ordenou ao feitor que açoitasse a negra com mais força, pois queria ver se ela não ia implorar pela sua vida.

A cada chibatada deferida, a negra olhava mais fixamente ao coronel. Seu semblante, antes de dor, se transformava em um olhar sereno, tranquilo, em paz.

Novamente o coronel afilhado diz a negra:

"Implore negra maldita, implore pela sua vida."

Ela apenas sorriu. E em palavras serenas e lentas disse ao coronel:

"A cada chibatada dada em meu corpo e a cada gota de sangue derramado pela covardia do senhor branco, será a perda das forças do seu andar. Implore senhor coronel, implore a Deus que eu não desencarne, pois assim se acontecer, eu partirei para o reino de Deus, mas o senhor ficará se arrastando como uma cobra peçonhenta pelas terras ferventes desse mundo de branco e senhores de escravos."

E nesse instante o feitor açoita firmemente a velha negra, que fecha os olhos e faz seu desencarne, no mesmo momento que o coronel sente suas pernas fraquejarem, e ele desaba ao chão, sem forças para se mover.

Nesse dia a velha negra Benedita foi para o reino de Deus, foi abençoada em se tornar uma Entidade de Luz trabalhadora pela espiritualidade, e o coronel afilhado nunca mais deu um passo. Passou seus últimos anos de vida se rastejando pelos entornos da casa grande da fazenda cafeeira.

Na mesma noite do desencarne da velha negra, ela em espírito vai até a seu primo Benedito, a velha Joaquina e a sua amada sinhazinha, dizendo-lhes que estaria sempre junto a eles, e que logo eles estariam junto a ela no reino de Pai Oxalá.

Nos dias de hoje a sorridente, amável, brincalhona e caridosa Vovó Benedita das Almas, vem trabalhar junto a espiritualidade nos Terreiros de Umbanda, trazendo paz, caminhos abertos, saúde e muita alegria a seus filhos, consulentes e protegidos.

Fonte: umbandayorima.blogspot.com.br