terça-feira, 24 de agosto de 2021

REVISTA ESPÍRITA 1859 » MAIO » MÚSICA DE ALÉM-TÚMULO » MOZART

 REVISTA ESPÍRITA 1859 » MAIO » MÚSICA DE ALÉM-TÚMULO » MOZART


Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "Revista Espírita JORNAL DE ESTUDOS PSICOLÓGICOS 5:00 DIRIÇÃO ALLAN KARDEC Tradução por JULIO ABRED FLND REVUE SPIRITE JOURNAL D'ÉTUDES PSYCHOLOGIQUES Publié OUS la direction M. ALLAN KARDEC 1859 EDICEL"O Espírito de Mozart acaba de ditar ao nosso excelente médium, Sr. Bryon-Dorgeval, um fragmento de sonata. Como meio de controle, este último o fez ouvir por diversos artistas, sem lhes indicar a origem, mas lhes perguntando apenas o que achavam do trecho. Cada um nele reconheceu, sem hesitação, o estilo de Mozart. O trecho foi executado na sessão da Sociedade de 8 de abril último, em presença de numerosos conhecedores, pela senhorinha de Davans, aluna de Chopin e distinta pianista, que teve a gentileza de nos prestar o seu concurso. Como elemento de comparação, a senhorinha de Davans executou antes uma sonata que Mozart compusera quando vivo. Todos foram unânimes em reconhecer não só a perfeita identidade do gênero, mas ainda a superioridade da composição espírita. A seguir, com o seu talento habitual, a mesma pianista executou um trecho de Chopin.

Não poderíamos perder esta ocasião para invocar os dois compositores, com os quais tivemos a seguinte conversa.

MOZART



1. ─ Sabeis, sem dúvida, o motivo por que vos chamamos.

─ Vosso chamado me é agradável.

2. ─ Reconheceis como ditado por vós o trecho que acabamos de ouvir?

─ Sim. Muito bem. Eu o reconheço perfeitamente. O médium que me serviu de intérprete é um amigo que não me traiu.

3. ─ Qual dos dois trechos preferis?

─ O segundo, sem termo de comparação.

4. ─ Por quê?

─ A doçura e o encanto são nele mais vivos e mais ternos.



NOTA: São estas, realmente, as qualidades reconhecidas no trecho.



5. ─ A música do mundo que habitais pode comparar-se à nossa?

─ Teríeis dificuldades de compreender. Temos sentidos que ainda não possuís.

6. ─ Disseram-nos que no vosso mundo há uma harmonia natural, universal, que não conhecemos aqui em baixo.

─ É verdade. Aí na Terra fazeis a música; aqui, toda a Natureza emite sons melodiosos.

7. ─ Poderíeis tocar piano?

─ Sem dúvida que sim. Mas não o quero. Seria inútil.

8. ─ Seria, entretanto, poderoso motivo de convicção.

─ Não estais convencidos?

NOTA: Sabe-se que os Espíritos jamais se submetem a provas. Muitas vezes fazem espontaneamente aquilo que não pedimos. Esta, aliás, entra na categoria das manifestações físicas, com as quais não se ocupam os Espíritos elevados.

9. ─ Que pensais da recente publicação de vossas cartas?

─ Avivaram muito a minha lembrança.

10. ─ Vossa lembrança está na memória de todos. Poderíeis precisar o efeito que essas cartas produziram na opinião pública?

─ Sim. Elas me fizeram mais amado e as criaturas se apegaram muito mais a mim, como homem, do que antes.



NOTA: A pessoa, aliás estranha à Sociedade, que fez estas últimas perguntas, confirma que foi essa realmente a impressão produzida por aquela publicação.



11. ─ Desejamos interrogar Chopin. Será possível?

─ Sim. Ele é mais triste e mais sombrio do que eu.