A criança acordou emburrada e não dava uma sequer palavra.
Ela se chamava Ana Clara, porém todos carinhosamente lhe chamavam de Aninha.
Era domingo e Ana ao contrário de todos os finais de semana não quis sair de casa para brincar com os amiguinhos.
A criança morava com sua tia Marta, pois devido alguns problemas, sua mãe não tinha condições de ficar com a criança.
Era hora do almoço e aninha se sentou forçadamente para tentar comer algo.
A criança era arteira e no primeiro deslize jogou toda a comida na lixeira do banheiro dizendo ter se alimentado.
Marta acreditou, porém preocupada com a criança resolveu perguntar o que estava acontecendo.
Aninha logo respondeu, tia eu não sei... Essa noite sonhei com uma bebezinha e ela disse que logo mais iria me buscar, eu gostei muito dela tia, vamos brincar e comer muito doce.
Marta ficou assustada e entendeu porquê a criança não tinha nem ousado sair de casa.
Anoiteceu e a criança dormiu sentava no sofá esperando a suposta bebezinha... Sua tia cansada envolveu a criança em um lençol e deitou a criança sobre a esteira.
Cansada das tarefas diárias Marta acabou por adormecer e acordando em um sonho assustador.
Uma criança chegava até ela, beijava suas mãos e dizia que era hora. . .
Falava que a pequena estava doente e que eles a levariam em segurança para o jardim dos erês.
Ao amanhecer Marta acordou desesperada atrás da pequena Ana e acabou encontrando ela sem vida sobre a grande esteira.
Aninha estava com um semblante doce e meigo, parecia está encantada em outro lugar e que logo iria voltar...
Hoje ela voltou na umbanda, com o mesmo nome e com o humor mais ácido.
Adora brincar com as outras crianças mas as vezes ainda assim prefere ficar sozinha chorando.
Texto: @contosdoorun
#Povodafloresta