segunda-feira, 31 de maio de 2021

ANINHA

 


Pode ser uma ilustração de criança e peloNaquele dia algo parecia não está normal
A criança acordou emburrada e não dava uma sequer palavra.
Ela se chamava Ana Clara, porém todos carinhosamente lhe chamavam de Aninha.
Era domingo e Ana ao contrário de todos os finais de semana não quis sair de casa para brincar com os amiguinhos.
A criança morava com sua tia Marta, pois devido alguns problemas, sua mãe não tinha condições de ficar com a criança.
Era hora do almoço e aninha se sentou forçadamente para tentar comer algo.
A criança era arteira e no primeiro deslize jogou toda a comida na lixeira do banheiro dizendo ter se alimentado.
Marta acreditou, porém preocupada com a criança resolveu perguntar o que estava acontecendo.
Aninha logo respondeu, tia eu não sei... Essa noite sonhei com uma bebezinha e ela disse que logo mais iria me buscar, eu gostei muito dela tia, vamos brincar e comer muito doce.
Marta ficou assustada e entendeu porquê a criança não tinha nem ousado sair de casa.
Anoiteceu e a criança dormiu sentava no sofá esperando a suposta bebezinha... Sua tia cansada envolveu a criança em um lençol e deitou a criança sobre a esteira.
Cansada das tarefas diárias Marta acabou por adormecer e acordando em um sonho assustador.
Uma criança chegava até ela, beijava suas mãos e dizia que era hora. . .
Falava que a pequena estava doente e que eles a levariam em segurança para o jardim dos erês.
Ao amanhecer Marta acordou desesperada atrás da pequena Ana e acabou encontrando ela sem vida sobre a grande esteira.
Aninha estava com um semblante doce e meigo, parecia está encantada em outro lugar e que logo iria voltar...
Hoje ela voltou na umbanda, com o mesmo nome e com o humor mais ácido.
Adora brincar com as outras crianças mas as vezes ainda assim prefere ficar sozinha chorando.

Texto: @contosdoorun
#Povodafloresta 

Vai Odé vai caçar sua borboleta: 🏹🦋

 


Pode ser uma imagem de uma ou mais pessoas, animal e casacos e jaquetasOdé era somente um caçador.
E na casa de Ossain ele foi criado.
E desde menino procurava um amor.
Ele era só um Odé.
Mas ele tinha nome era chamado Onisewe.
E era um belo homem, pela mata ele vivia e em um belo dia ele avistou Uma mulher muito bela e por ela se apaixonou. Mas quem é esse Odé?
Eu sou Odé Onisewe.
Mas quem é esta mulher?
Eu sou Oyá Bagan;
Eles viveram juntos ele a ensinou sobre as folhas;
Ela o ensinou sobre os mortos e juntos viveram muitas coisas.
Ele a amava, Ela o amava
Mas o caminho dos Òrìsàs as vezes não se encontram e ela era solitária.
E um dia embora ela ia, e para Onisewe deixou o mais belo presente que podia, os seus tecidos cor de rosa;
O seu pó vermelho, o seu Irusin;
E ela ensinou o caçador, ela lhe disse: coloque o pó vermelho dentro do Irusin e sempre que bater o Irusin diga "Arole" e os Eguns vão se afastar.
E pelo meu amor a ti a morte não te conhecerá.
E até hoje há essa sorte, Odé não conhece a morte.
Ela então se despediu e seu corpo se desfez, e dela muitas borboletas brotaram e o corpo de Oyá se tornou uma revoada de borboletas que voaram. Onisewe não podia viver longe de sua amada e então as borboletas ele caçava.
E uma vez ou outra ele a pegava e assim ela retornava, mas logo partia ela é uma mulher que vive sozinha.
Mas ela deu a ele seus segredos, graças a Oyá Odé não conhece a morte.
Oyá Bagan conheceu o amor até os dias de hoje. Ele vem vestido de Rosa e com ides de cobre presenteados por Oyá.
E até os dias de hoje quando ele pega o Irusin o povo começa a gritar:
Arole! Arole! Arole!
Até os dias de hoje ele procura por sua amada Oyá. E ela por sua vez se deixa encontrar...
Oyá tem duas faces, uma terrível e turbulenta, outra doce e amável.
Odé só conhece o lado bom de Oyá, para ela Odé Onisewe é alguém que tem a chave de seu coração...
Vai Odé! Vai caçar sua borboleta!

Luciano Silva
#Povodafloresta

Oi tia Me chamo Maria, Maria igual a minha mãe sabia? Mas pode me chamar de Mariazinha... Mariazinha do Jardim!!

 


Pode ser uma imagem de pelo, criança, animal e ao ar livreOi tia

Me chamo Maria, Maria igual a minha mãe sabia? Mas pode me chamar de Mariazinha... Mariazinha do Jardim!!
Eu não me lembro de muita coisa tia, a mamãe sempre diz pra mim não falar disso porque eu sempre choro, mas eu vou te contar...
Minha familia era bem humilde e nao tinhamos aquele papel que vcs tem... (Dinheiro)
Eu sempre quis uma boneca tia, mas a minha mãe não podia me dar, meu papai trabalhava muito mas o papel dele era pra ajudar minha mamãe porque ela era muito doente...
Mesmo doente mamãe adorava me levar no jardim tia, eu amo o jardim, adoro correr atrás dos passaros e cheirar as florzinhas!
Um dia minha mamãe dormiu e não acordou mais, papai ficou muito triste eu também, eu tinha muitas saudades de mamãe tia, e tinha saudades de ir no jardim com ela! Papai havia se casado com uma mulher que judiava muito de mim e dos meus irmãozinhos...
Até que um dia meu corpinho ficou cheio de manchinhas, papai ficou desesperado e eu já nao conseguia nem falar, então fechei meu olhinhos e susurrei ao papai que tinha saudades da mamãe e do jardim, depois disso mamãe apareceu e me disse "Vamos passear no jardim?" E eu fui tia, as dores do meu corpinho se acabaram, eu tinha dormido...
Papai colocou meu corpinho no jardim ao lado do corpo da minha mamãe, nasceram varias roseiras bem bonitas e cheirosas e até hoje eu brinco no jardim com a mamãe. As manchinhas sumiram e as dores também tia!
Hoje eu venho em terra ajudar as criançinhas dodoi, e sempre ganho bala e doce quando ajudo elas! Mamãe sempre me acompanha e depois nós voltamos pro jardim! 🍃

Se precisar de mim, vá até um jardim, eu estarei lá, não esqueça da minha bonequinha tá tia?

Até outro dia tia vou voltar pro meu jardim !

Texto: @contosdoorun
#Povodafloresta

ITÃN* YEMOJA* * E O SEGREDO DO POTE*

 


Nenhuma descrição de foto disponível.Contam os mais velhos que Olokun tinha uma linda filha.
Ela era meiga, maternal e muito dedicada.
Era Iemanjá, a Mãe dos Filhos Peixes.
Olokun prometeu a filha a Olofin em casamento.
Aí, Iemanjá se casou com ele e se foi em sua companhia, pra as terras que ficam bem distantes do Okun-nlá, isto é, do Oceano.

No dia do casamento, Olokun presenteou sua filha com um pote. Mas avisou, com uma voz de quem sabia das coisas:
– Filha, guarda bem este pote. Se algum dia, você cair num perigo grave, ou tiver uma extrema necessidade, não vacile: quebre este pote e você vai ser socorrida imediatamente. Mas se lembre bem: só em último recurso...

Com o tempo, Olofin foi-se demonstrando um marido que tinha um ciúme doentio. A vida de Iemanjá ficou resumida apenas ao palácio real. Ninguém podia lhe dirigir a palavra sem autorização expressa do marido. E quando ele saía pras guerras de conquista, a esposa tinha de ficar trancada, em completo isolamento, até que ele voltasse. Foi então que Iemanjá sentiu necessidade de se libertar daquele cativeiro.

A lembrança de seu tempo de liberdade, vivido no reino de Olokun, aumentava ainda mais a sua dor. Afinal, como é sabido, não há dor maior do que, no tempo do cativeiro, a pessoa se recordar da liberdade. Pois bem: Iemanjá começou a pensar em fugir.

Tentou algumas vezes em vão, pois parecia que Olofin adivinhava seus pensamentos. Ele descobria a tempo qualquer coisa que ela planejasse.
Um dia, Olofin voltou coberto de glória de uma de suas conquistas e ofereceu um grande banquete a centenas de convidados. Ele bebeu vinho de palma até se fartar e dormiu embriagado.

Se aproveitando disso, Iemanjá fugiu do palácio. Mas ela não conhecia os caminhos do deserto e terminou se perdendo. E quando o dia amanheceu, ela nem sequer sabia onde estava. Nesse meio tempo, Olofin acordou, tomou conhecimento da fuga de Iemanjá e saiu procurando por ela, com muitos soldados.
Desta vez, ela ia voltar como uma prisioneira.

Quando Iemanjá avistou o exército do marido se aproximando, se deu conta da tragédia que ia lhe acontecer. Aí, ela se lembrou do presente que seu pai lhe deu, no dia do casamento.
Abriu a bagagem e retirou o pote. E quando Olofim mandou os soldados amarrarem a esposa, ela palmeou o pote e arremessou no chão. E aí, se deu o encanto: de repente, o Oceano se avolumou, invadiu a Terra e o deserto virou mar. Do exército de Olofim não escapou ninguém. Nem mesmo o próprio Olofim. Todos morreram afogados. Iemanjá voltou para o Okun-nlá e passou a reinar sobre todas as águas do oceano.

Os tiranos terminam sempre se afogando nas águas turvas de sua própria tirania.

Texto:Ruy do Carmo Póvoas
#Povodafloresta

ONILE A PRIMEIRA DIVINDADE DA TERRA.

 Os antigos povos que deram origem aos atuais iorubás ou nagôs, de cujas tradições se moldaram o candomblé no Brasil, cultuavam uma entidade da Terra, a Terra-Mãe, que recebeu muitas denominações em diferentes aldeias e cidades que formam o complexo cultural iorubá e seus entornos principais, entre os quais os jejes mahis e daomeanos e os tapas ou nupes e os ibos. Esta antiga divindade é até hoje cultuada e recebe o nome de Onilé, a Dona da Terra, a Senhora do planeta em que vivemos. Outros nomes da Terra-Mãe são: Aiê, Ilé, Ialé, também Ije, Ale, Ala, Aná, Ogerê, e mesmo Buku e Buruku. Entre os jejes do Maranhão e da Bahia é chamada Aisã. Creio que grande parte dos seguidores do candomblé nunca ouviu falar ou teve apenas vagas referências sobre Onilé, mas em certos candomblés de nação Keto, que preservam ou reconstituem tradições que em grande parte se perderam na diáspora iorubana, pratica-se um culto discreto, mas significativo a Terra-Mãe, para a qual se canta, ou no início do Sirê ou no final da chamada roda de Sòngo, a cantiga que diz “Mojubá, orisá/ ibá, orisá/ ibá Onilé”, que pode ser traduzido como “Eu saúdo o orisá/ Saúdo Onilé/ Salve a Senhora da Terra”. Onilé é uma divindade feminina relacionada aos aspectos essenciais da natureza, e originalmente exercia seu patronato sobre tudo que se relaciona à apropriação da natureza pelo homem, o que inclui a agricultura, a caça e a pesca e a própria fertilidade. Com as transformações da sociedade iorubá numa sociedade patriarcal ou patrilinear, que implicou a constituição de linhagens e clãs familiares fundados e chefiados por antepassados masculinos, as mulheres perderam o antigo poder que tiveram numa primeira etapa (um mito relata que, numa disputa entre Oyá e Ogum, os homens teriam arrebatado o poder que era antes de domínio das mulheres). Os antepassados divinizados tomaram o lugar das divindades primordiais e houve uma redivisão de trabalho entre os orisás. As divindades femininas antigas tiveram então seu culto reorganizado em torno de entidades femininas genéricas, as Yiá Mi Osorongá, consideradas bruxas maléficas pelo fato de representarem sempre um perigo para os poderios masculinos, e vários orisás tiveram dividido entre si as atribuições de zelar pela Terra, agora dividida em diferentes governos: o subsolo ficou para Omulu-Obaluaye e para Ogum, o solo para orisá-Oko e Ogum, a vegetação e a caça para os Odes e Osonyin e assim por diante. A fertilidade das mulheres foi o atributo que restou às divindades femininas, já que é a mulher que pari que reproduz e dá continuidade à vida. Constituir-se-iam elas então em orisás dos rios, representando a própria água, que fertiliza a terra e permite a vida: são as Yiagbás Yemonjá, Òsun, Obá, Oyá, Yewá e outras e também Nanã, que como antiga divindade da terra, representa a lama do fundo do rio, simbolizando a fertilização da terra pela água. Onilé teve seu culto preservado na África, mas perdendo muitas das antigas atribuições. Hoje ela representa nossa ligação elemental com o planeta em que vivemos, nossa origem primal. É a base de sustentação da vida, é o nosso mundo material. Embora sua importância seja crucial do ponto de vista da concepção religiosa de universo, os devotos a ela poucos recorrem, pois seu culto não trata de aspectos particulares do mundo e da vida cotidiana, preferindo cada um dirigir-se aos orisás que cuidam desses aspectos específicos. No Brasil, como aconteceu com outros orisás, seu culto quase desapareceu. Certamente um fator que contribuiu para o esquecimento de Onilé no Brasil é o fato de que este orisá não se manifesta através do transe ritual, não incorpora, não dança. Outros orisás importantes na África e que também não se manifestam no corpo de iniciados foram igualmente menos considerado neste País que, por influência do Kardecismo, atribui um valor muito especial ao transe. Foi o que aconteceu com Orunmilá, Oduwduwa, Orisá-Oko, Ajalá, além da Yiá Mi Osorongá. É interessante lembrar que o culto de Osonyin sofreu no Brasil grande mudança, passando o orisá das folhas a se manifestar no transe, o que o livrou certamente do esquecimento. O culto da árvore Iroko também se preservou entre nós, ainda que raramente, quando ganhou filhos e se manifestou em transe, sorte que não teve Apaoká. Na Nigéria mantém-se viva a idéia de que Onilé é à base de toda a vida, tanto que, quando se faz um juramento, jura-se por Onilé. Nessas ocasiões, é ainda costume pôr na boca alguns grãos de terra, às vezes dissolvida na água que se bebe para selar a jura, para lembrar que tudo começa com Onilé, a Terra-Mãe, tanto na vida como na morte. Um mito que já tive o prazer de contar em outras ocasiões ensina qual são a atribuição principal de Onilé, como ela está associada ao chão que pisamos e sobre o qual vivemos nós e todos os seres vivos que formam o nosso habitat, nosso mundo material. Assim conta o mito: Onilé era a filha mais recatada e discreta de Olodumare. Vivia trancada em casa do pai e quase ninguém a via. Quase nem se sabia de sua existência. Quando os orisás seus irmãos se reuniam no palácio do grande pai para as grandes audiências em que Olodumare comunicava suas decisões, Onilé fazia um buraco no chão e se escondia, pois sabia que as reuniões sempre terminavam em festa, com muita música e dança ao ritmo dos atabaques. Onilé não se sentia bem no meio dos outros. Um dia o grande deus mandou os seus arautos avisarem: haveria uma grande reunião no palácio e os orisás deviam comparecer ricamente vestidos, pois ele iria distribuir entre os filhos as riquezas do mundo e depois haveria muita comida, música e dança. Por todos os lugares os mensageiros gritaram esta ordem e todos se prepararam com esmero para o grande acontecimento. Quando chegou por fim o grande dia, cada orisá dirigiu-se ao palácio na maior ostentação, cada um mais belamente vestido que o outro, pois este era o desejo de Olodumare. Yemonjá chegou vestida com a espuma do mar, os braços ornados de pulseiras de algas marinhas, a cabeça cingida por um diadema de corais e pérolas, o pescoço emoldurado por uma cascata de madrepérola. Osòósi escolheu uma túnica de ramos macios, enfeitada de peles e plumas dos mais exóticos animais. Osonyin vestiu-se com um manto de folhas perfumadas. Ogum preferiu uma couraça de aço brilhante, enfeitada com tenras folhas de palmeira. Òsun escolheu cobrir-se de ouro, trazendo nos cabelos as águas verdes dos rios. As roupas de Osumarè mostravam todas as cores, trazendo nas mãos os pingos frescos da chuva. Oyá escolheu para vestir-se um sibilante vento e adornou os cabelos com raios que colheu da tempestade. Sòngo não fez por menos e cobriu-se com o trovão. Óòsàálá trazia o corpo envolto em fibras alvíssimas de algodão e a testa ostentando uma nobre pena vermelha de papagaio. E assim por diante. Não houve quem não usasse toda a criatividade para apresentar-se ao grande pai com a roupa mais bonita. Nunca se vira antes tanta ostentação, tanta beleza, tanto luxo. Cada orisá que chegava ao palácio de Olodumare provocava um clamor de admiração, que se ouvia por todas as terras existentes. Os orisás encantaram o mundo com suas vestes. Menos Onilé. Onilé não se preocupou em vestir-se bem. Onilé não se interessou por nada. Onilé não se mostrou para ninguém. Onilé recolheu-se a uma funda cova que cavou no chão. Quando todos os orisás haviam chegado, Olodumare mandou que fossem acomodados confortavelmente, sentados em esteiras dispostas ao redor do trono. Ele disse então à assembléia que todos eram bem-vindos. Que todos os filhos haviam cumprido seu desejo e que estava tão bonito que ele não saberia escolher entre eles qual seria o mais vistoso e belo. Tinha todas as riquezas do mundo para dar a eles, mas nem sabia como começar a distribuição. Então disse Olodumare que os próprios filhos, ao escolherem o que achavam o melhor da natureza, para com aquela riqueza se apresentar perante o pai, eles mesmos já tinham feito a divisão do mundo. Então Yemonjá ficava com o mar, Òsun com o ouro e os rios. A Osòósi com as matas e todos os seus bichos, reservando as folhas para Osonyin. Deu a Oyá o raio e a Sòngo o trovão. Fez Óòsàálá dono de tudo que é branco e puro, de tudo que é o princípio, deu-lhe a criação. Destinou a Osumarè o arco-íris e a chuva. A Ogum deu o ferro e tudo o que se faz com ele, inclusive a guerra. E assim por diante. Deu a cada orisá um pedaço do mundo, uma parte da natureza, um governo particular. Dividiu de acordo com o gosto de cada um. E disse que a partir de então cada um seria o dono e governador daquela parte da natureza. Assim, sempre que um humano tivesse alguma necessidade relacionada com uma daquelas partes da natureza, deveria pagar uma prenda ao orisá que a possuísse. Pagaria em oferendas de comida, bebida ou outra coisa que fosse da predileção do orisá. Os orisás, que tudo ouviram em silêncio, começaram a gritar e a dançar de alegria, fazendo um grande alarido na corte. Olodumare pediu silêncio, ainda não havia terminado. Disse que faltava ainda a mais importante das atribuições. Que era preciso dar a um dos filhos o governo da Terra, o mundo no qual os humanos viviam e onde produziam as comidas, bebidas e tudo o mais que deveriam ofertar aos orisás. Disse que dava a Terra a quem se vestia da própria Terra. Quem seria? Perguntavam-se todos? “Onilé”, respondeu Olodumare. “Onilé?” todos se espantaram. Como, se ela nem sequer viera à grande reunião? Nenhum dos presentes a vira até então. Nenhum sequer notara sua ausência. “Pois Onilé está entre nós”, disse Olodumare e mandou que todos olhassem no fundo da cova, onde se abrigava vestida de terra, a discreta e recatada filha. Ali estava Onilé, em sua roupa de terra. Onilé, a que também foi chamada de Ilê, a casa, o planeta. Olodumare disse que cada um que habitava a Terra pagasse tributo a Onilé, pois ela era a mãe de todos, o abrigo, a casa. A humanidade não sobreviveria sem Onilé. Afinal, onde ficava cada uma das riquezas que Olodumare partilhara com filhos orisás? “Tudo está na Terra”, disse Olodumare. “O mar e os rios, o ferro e o ouro, Os animais e as plantas, tudo”, continuou. “Até mesmo o ar e o vento, a chuva e o arco-íris, tudo existe porque a Terra existe, assim como as coisas criadas para controlar os homens e os outros seres vivos que habitam o planeta, como a vida, a saúde, a doença e mesmo a morte”. Pois então, que cada um pagasse tributo a Onilé, foi à sentença final de Olodumare. Onilé, orisá da Terra, receberia mais presentes que os outros, pois deveria ter oferendas dos vivos e dos mortos, pois na Terra também repousam os corpos dos que já não vivem. Onilé, também chamada Aiê, a Terra, deveria ser propiciada sempre, para que o mundo dos humanos nunca fosse destruído. Todos os presentes aplaudiram as palavras de Olodumare. Todos os orisás aclamaram Onilé. Todos os humanos propiciaram a mãe Terra.


E então Olodumare retirou-se do mundo para sempre e deixou o governo de tudo por conta de seus filhos orisás1. E assim este mito, de modo didático e com muita beleza, situa o papel de Onilé no panteão dos deuses iorubás. Como é estrutural nos mitos, o tempo da narrativa não é histórico, dando a impressão que os cultos dos diferentes orisás foram instituídos a um só tempo, num só ato do supremo deus. A narrativa enfatiza, contudo, a concepção básica da religião dos orisás, isto é, que cada orisá é um aspecto da natureza, uma dimensão particular do mundo em que vivemos. Eles são o próprio mundo, com suas forças, elementos, energias e propriedades, mundo que tem por base Onilé, a Terra, o planeta que habitamos o nosso lar no universo.

Mito de Onilé.

Na África iorubá, Onilé ocupa lugar central no culto da sociedade masculina secreta Ogboni. A escultura em bronze aqui mostrada, provavelmente do século XVIII, é originária dessa sociedade tem os olhos em semicírculos, que tudo observam em silêncio, e as mãos fechadas e alinhadas, uma sobre a outra, na altura do umbigo, num gesto que simboliza o conhecimento ancestral, conforme os símbolos Ogboni, sociedade que, até o século XIX, cuidava da justiça, julgava criminosos e feiticeiros e executava os condenados à morte.

Louvar Onilé é celebrar as origens. Por isso, quando aparecem junto aos humanos, os antepassados egungun saúdam Onilé, lembrando-nos que ela é anterior a tudo o mais, mesmo às linhagens mais antigas da humanidade.

Onilé é assentada num montículo de terra vermelha, que representa o coração da Terra, podendo também ser montado com terra de cupinzeiro, que é trazida de dentro do solo pelos insetos trabalhadores, e que é vermelha. Dentro do montículo fixa-se uma quartinha com água, pois não há vida na terra desprovida de água. A quartinha dentro da terra simboliza que a água vem de dentro da Terra e que é assim a primeira dádiva de Onilé. A água que jorra do solo forma os regatos, rios, lagos e o próprio mar, de onde sobe para as nuvens e se precipita em chuva, voltando ao solo e subsolo, num ciclo permanente de propiciação da vida. O assentamento é coberto com moedas ou búzios, que entre os antigos iorubanos era dinheiro, representando toda a riqueza e prosperidade que está na Terra, que dela extraímos e na qual vivemos. Vermelho e marrom, cores da terra, são as cores apropriadas para colares de contas que homenageiam Onilé. Na África, os sacrifícios feitos a Onilé incluem caracóis, aves fêmeas e tartarugas (Abimbola, 1977: 111). No Brasil a legislação pune como crime inafiançável o sacrifício de animais ameaçados de extinção e assim a tartaruga é substituída pela cabra. Aliás, matar um animal em extinção seria uma ofensa imperdoável a Onilé, que é a própria natureza, a grande mãe da ecologia.

Além desses animais, dá-se para Onilé tudo o que a terra produz e que o homem transforma: obis, orobôs e todas as demais frutas, inhame e outros tubérculos, feijões, milho, favas, mel, dendê, sal, vinho e tudo mais que vem da terra pela mão do homem.

Cultuada discretamente em terreiros antigos da Bahia e em candomblés africanizados, a Mãe Terra tem despertado recentemente curiosidade e interesse entre os seguidores dos orisás, sobretudo entre aqueles que compõem os seguimentos mais intelectualizados da religião. Onilé, isto é, a Terra, tem muitos inimigos que a exploram e podem destruí-la. Para muitos seguidores da religião dos orisás, interessados em recuperar a relação orisá-natureza, o culto de Onilé representaria, assim, a preocupação com a preservação da própria humanidade e de tudo que há em seu mundo. Pois é Onilé quem guarda o planeta e tudo que há sobre ele, protegendo o mundo em que vivemos e possibilitando a própria vida de tudo que vive sobre a Terra, as plantas, os bichos e a humanidade.

Yami - minha mãe ancestral
#Povodafloresta

Joãozinho é um menino que viveu mais de uma encarnação como garoto negro no Brasil das senzalas.

 Joãozinho é um menino que viveu mais de uma encarnação como garoto negro no Brasil das senzalas.

Muitas vezes ele parece o Negrinho do Pastoreio, em outras, ele é o próprio Saci Pererê! Ele é esperto, cheio de lábia, tem resposta pra tudo e não pensa duas vezes para perguntar alguma coisa. Como todo bom Cosminho, ele gosta de doces, refrigerante e brincadeiras, mas está sempre pronto para atender e socorrer a quem necessita...
Ele jamais deixa alguém sem resposta a um pedido. E se ele falar alguma coisa de forma séria, pode esperar que a coisa é mesmo séria! Pois ele brinca, mas não engana!
O Joãozinho desta Seara nasceu no estado do Ceará de mãe Africana. Chegou no ventre de sua mãe em um navio negreiro, no ano de 1670. Demorou para entender o que era ser escravo e vivia "aprontando das suas": escodendo objetos, correndo pela fazenda e cutucando os bichos. Apanhava muito por conta disso, mas não deixava de rir e de fazer das suas. Dizia que assim ele podia alegrar os outros escravos! E realmente era assim que ele passava os dias: alegrando e brincando com os demais.
Um dia, porém, em uma de suas traquinagens, ele escondeu o laço do capataz e foi o suficiente para ir pro tronco. Todos os negros pediram por ele, pois falaram que ele não fazia por maldade; mas não adiantou. Joãozinho anoiteceu e amanheceu no tronco... Ele tinha 6 anos na época. Quando tiraram ele do tronco estava triste e nunca mais sorriu. A partir daí começou a definhar e a morrer aos poucos. Quando ele desencarnou foi um luto só na fazenda! Até os animais sentiram... A terra secou, os bichos se aquietaram e ninguém mais sorriu. O dono da fazenda pediu ao capataz o que aconteceu e, quando soube, arrependeu-se... Mas, Joãozinho não voltaria mais. Sua mãe de tristeza também se deixou morrer.
Tempos depois, os escravos começaram a contar que viam mãe e filho a andar pelas terras... E sempre que alguma coisa sumia, diziam: "- Foi o Joãozinho!" Então eles colocavam um doce para o menino e o objeto reaparecia.
E assim Joãozinho ficou conhecido.

Eres
#Povodafloresta

ÒRÌṢÀ OKO

 


Nenhuma descrição de foto disponível.Òrìsà Ògíyán e Òrìsà Olúfón são as divindades iorubas, cujos nomes incluem a palavra “Òrìsà” o termo Yorùbá para deus, deuses ou divindades. As várias peças compostas do nome são invariavelmente adjetivos para honrar o Òrìsà; portanto, meios Òrìsà-oko “deus da propriedade rural ou província.”

Para os iorubás, uma cidade ou vila indica a sua casa, e em qualquer lugar além do que indica a terra rural ou campo. O nome Oko significa a prática Yorùbá de diferenciar entre domicílios urbanos e rurais.



Da mesma forma, o Itón (história) de Obatalá diz que ele fundou duas Iranjes, o Iranje-Ilé ou Ode Iranje (casa), e o Iranje-oko (província rural).



O deus Òrìsà-Oko começou sua vida em Ifè-Ooyè (Adeoye 1985: 271) como um caçador e pescador, em um dia resgatou de afogamento e posteriormente casou-se com a filha de Obatalá e Yemòó.

Após seu casamento, Òrìsà-Oko tornou-se notoriamente rico, e as pessoas de Ifè começaram a difama-lo, espalhando rumores de que ele não tinha recursos próprios. Escandalosamente, eles disseram que Òrìsà-Oko estava apenas vivendo das fortunas do sogro.

Nada parece resumir mais sua desgraça como a ridicularização cantada em suas canções de louvor:

Òrìsà-Oko ko gbin barra ti o fí n je ègúsí

Olá àna rè ní njè

A je òsinsin má ro gbèsè

(Òrìsà-Oko não planta melão, ainda que ele coma suas sementes (ègúsí).

Ele vive das fortunas do sogro.

Ele engole a deliciosa sopa de ègúsí (melão) sem nenhuma ideia de obrigação familiar.)



Sopa de ègúsí (melão) é sempre usado para fazer oferenda a Òrìsà-Oko.



Segundo a história, quando Òrìsà-Oko ouviu os insultos contra ele, se sentiu muito insultado. Ele se perguntou a si mesmo, o que poderia fazer para recuperar a sua boa reputação. Ele consultou Ifá para receber um conselho, que lhe disse para deixar a cidade e ir para um lugar onde ele iria ver um sinal de determinadas aves.

Ele viajou até chegar o dia esperado a Ìráwò, onde recebeu os sinais.

Òrìsà-Oko se instalou, tornando-se prospero e famoso. Ele era adorado e teve numerosos discípulos. Um dia, ele estava lá, e milagrosamente entrou “no chão” (Òrìsà-oko wo ilè ní Ìráwò, Òrìsà-Oko desceu no chão de Ìráwò), que se tornou um ditado popular, usando a metáfora bem vista da imortalidade milagrosa.



Òrìsà-Oko está associado à outra cidade, Iwere, onde foi elogiado como Ara Iwere, Ajangele, agbalagba Òrìsà- Ìráwò.

Iwere e Ìráwò são os nomes de duas pequenas cidades nas áreas superiores de oogun do noroeste iorubá. Explorações arqueológicas não têm sido realizadas nessas áreas, nem tem o Yorùbá considerado esses locais como de grande importância histórica.



Os símbolos sagrados para Òrìsà Oko incluem giz branco (efun) e búzios semelhantes à Obatalá sendo os búzios sagrados. No entanto, os búzios de Obatalá são de divinatório significado, não sendo amarrados juntos.

Os areré ou ilarere (búzios) de Òrìsà Oko são amarrados juntos como colares usados por seus devotos (masculino) para adorno e não de adivinhação.



Um tabu forte que está associado com Òrìsà Oko é a proibição de comer inhame novo. Devotos de Òrìsà Oko não devem consumir “novos” inhames até o final do festival anual de Òrìsà Oko quando os inhame estão amadurecendo. Seus devotos, semelhantes aos de Obatalá, também deve abster-se de usar o traje de mascaras, como determinado neste Ìjálá, canto:

Èmi kò tètè mòpé Obàtálá ki i ru èkú.

Efúnfún Ijaola bu si Òrìsà oko

(Só ultimamente, eu percebi que Obatalá não usa máscaras.

A mascara de Ijaola desonra a memória de Òrìsà Oko) Adeoye 1985:.274.



Os itón das duas divindades, que abster-se de usar o disfarce, pode ser compreendido em um contexto histórico de alienação com o Ìgbò, que frequentemente assediava o povo Yorùbá no inicio de Ifé, disfarçando-se em aterrorizante palha para se mascarar como espíritos para instigar o medo dos Deuses.

Uma vez, Ìgbò viu adiante Morèmi, uma bela mulher de Ifè, que descobriu sua máscara.

Morèmi apareceu voluntariamente para se entregar como escrava para Ìgbò e se casou com o rei Ìgbò, cuja traição ela logo expos. Ela correu de volta para Ifè para revelar a traição de Ìgbò ao seu povo.

Mascara está associada com espíritos violentos masculinos; assim, evitando usar a mascara significa o desejo de Òrìsà Oko e Obatalá serem humano, como aqueles sem enganos.

Muitas vezes, os discípulos de Òrìsà-Oko, a divindade de abundância agrícola e riqueza, são dados nomes que começam com “Òsó” ou “So”, simbolizando a medicina e a abundancia.

Para ter “Òsó” qualquer coisa, se é uma cultura ou dinheiro, deve se ter o poder ou a medicina para induzir a prosperidade. Os discípulos pedem outras bênçãos para Òrìsà-Oko, mas o poder para o qual ele foi deificado está fortemente relacionado com o seu poder de prover a abundância plena.

A adivinhação é mais ou menos o aspecto de diagnóstico da medicina tradicional.

Destes três deuses – Obatalá, Òrìsà-Oko, e Osun – apenas dois, Obatalá e Òsun, são conhecidos para a cura e sustentação da vida.

Obatalá e Òsun estão associados com a adivinhação usando búzios, Òrìsà ou eérìndínlógún, realizados com a poesia divinatória simplificada de Ifá. Usando a forma poética imaculada parece ser a tentativa de nativar a exótica, mas complexa poesia, de Ifá.

A devoção das divindades conhecidas como o bem-estar de seus tempos não parece ter sido esquecido. Pelo contrário, os deuses sem ter gozado de uma vida sedentária permaneceram em seus locais de consulta. Obatalá é referido como ” a joko ma ni ipekun, ipekun ni ipekun Òrìsà ” (aquele que, sem limite, o limite é o do deus (Obatalá).

Òrìsà-Oko está estritamente ligado a Ìráwò, enquanto a morada populosa de Òsun tem sido referida no seu pleno significado pelo nome Òró, uma cidade Yorùbá do norte-central. A multidão de pessoas que se aglomeram em Òsun indica sua estima e à medida que as pessoas costumavam a se reunir com ela para consulta.

Embora os três deuses – Obatalá, Òrìsà-Oko, e Osun – estão associados com a adivinhação, os cauris (búzios) não são de origem do Oeste Africano, e, portanto, eles não podem ser usados de forma confiável em datar as épocas de deuses Yorùbá.

África Ocidental recebeu pela primeira vez búzios do Oceano Índico através do Norte de África, e mais tarde através da costa Oeste Africano após o contato com comerciantes europeus (Eyo, 1979: 42,43). No entanto, Òsun tem o bronze associado, é provável contemporânea com a escultura de metal de Ifè a partir do século XIII até o século XVI.

Òrìsà Oko é um homem – juiz dos processos entre os filhos de Olofin, defensor das legislações de Ifá atendente da terra e por excelência o guardião da agricultura.

Òrìsà Oko tem laços profundos com outros Òrìsà dentro de nossa religião. Está relacionado com Oduduwa, Obatalá, que vive nas profundezas da terra, Òrìsà Oko é o proprietário do solo superior e Oduduwa a seguir.

Òrìsà Oko é uma das principais divindades entre os iorubás. Associado com a fertilidade de fazendas, ele também tem o poder de ajudar no parto, restaurar as pessoas para a saúde usando ervas medicinais e proteger os devotos contra a bruxaria. Ferreiros de Irawo, forjam seu emblema de enxadas de ferro

O objeto principal no culto de Òrìsà Oko é uma grande barra de ferro forjado, que é mantido em um caso ricamente bordado com contas de vidro com a sua própria tampa. Esta vara de culto (ou a espada ritual) é também conhecido como ‘ Òrìsà Oko’’.

No sistema de crenças do povo Yorùbá, protege tudo o que tem a ver com a agricultura: as fazendas, colheita, animais domésticos, frutas, etc. ladrões e assaltantes são punidos (morto) por seu pesado, ritual de ferro espada. Ele também ajuda contra a bruxaria, mas também defende as mulheres que foram erroneamente acusados de bruxaria.

Divindade da agricultura, ligado a colheita dos inhames novos e a fertilidade da terra.

Pouco conhecido no Brasil. Na época em que os escravos chegaram, não deram muita importância a este Òrìsà, considerando-o como da agricultura, em seu lugar, Ògún, e dos grãos, Obaluaiyé.



Em sua representação, traz um cajado de madeira que revela sua relação com as árvores, além de uma flauta de osso que lembra sua relação com a sexualidade e a fertilidade. É confundido com Oxalá, pois ambos vestem o branco. Seu Òpásórò (cajado), no Brasil, é confeccionado em madeira.

É representado por uma estátua de madeira provida de um imenso falo. Seus símbolos são: cajado de madeira, uma flauta, uma chibata de couro, uma faca com fileira de búzios. Na África usam uma barra de ferro como símbolo.



Tem o poder de curar a malária, à qual estão expostos aqueles que lidam com agricultura. É árbitro de conflitos, especialmente entre mulheres, e não raro juiz das costumeiras disputas entre os Òrìsà.



Tem um título: Eni duru, que significa aquele que é erigido, personagem em pé, referência a seus atributos fálicos.



Na época da colheita do inhame, ninguém comia o inhame novo sem antes fazer uma festa para Oko. Na ocasião, uma bandeja de madeira contendo coco, cana de açúcar, milho, inhame, todos crus, como oferenda. Nas festas na África, cozinha-se todo tipo de vegetais produzidos pela terra e são colocados na rua para que todos se servissem à vontade.

Provem de território Saki, ao oeste de Òyó.

Sacrificam galinha de angola macho, tudo com mel, pois não se usa dendê para esse Òrìsà. Come cabritos brancos, novos de chifres virados, ou galos brancos com esporão grande, além de pombos brancos.

As comidas devem ser brancas como: akasa, inhame cozido em fatias com mel, canjica branca também com mel.



Oríkì Orìsà Oko



Eléní à te ká.

O rí ajé, O pá ni l pá ika.

Òrìsà Oko, a tó gbangba sùn nínú oyé.

A rí owó èyó se èsó.

Orí ògún èyó sensen.

O rí ìbon gbé re ojú ogun.

Òrìsà ti ó torí.

Akàsù iyán,

O fun won ní ogún omo.

O torí àgbébò adie,

O fún ení nwá aya,

Ní ogórun aya.

O tú fún en i nwá oko,

Ní ogórun oko.

Òrìsà oko ò ò ò

Baba o, Baba o.

Ení kúrú,

O ntiro.

Ení gùn,

O nbèrè.

Bèrè owó,

Bèrè olá ní òdò mi o,

Iwo lorí iyán.

Ti o njó bèmbé,

Iwo lo tún rí iyán,

Ti o nkan sáárá.

Òrìsà oko gulutu nlé.

Igbá funfun báláuuú.

Alágbára tí nlo fòse.

Òrìsà Oko gbè mi o,

Òrìsà oko tu mi o,

Jé ng ní nínú àse re o.



Aquele que possui uma esteira de bondade,

Que viu a feiticeira e a matou do pior modo possível.

Ò Òrìsà Oko, que pode dormir no frio.

Ele, que usa búzios para se enfeitar.

Ele, que ao ver a guerra se alegra.

Ele, que tem uma espingarda para usar na guerra.

O Òrìsà, que devido a uma grande porção de inhame,

Deu a seu devoto vinte filhos.

Ele, que por uma grande galinha,

Deu mulher àquele que desejava casar-se.

Cem ofertas de casamento.

E deu homem àquela que procurava esposo.

Cem ofertas de casamento.

Ó Òrìsà Oko!

Ó pai! Ó pai!

Quem é baixo colocou-se na ponta dos pés para ficar mais alto.

Quem é alto abaixou-se.

Que venha o dinheiro.

Que venha a prosperidade para o meu lado.

Você que viu o inhame começou a dançar bembé.

Você que viu o inhame e o elogiou.

Orixá Òrìsà, o grande na terra.

Você é a cabaça branca.

O poderoso que usa afoxé.

Òrìsà Oko, apoie-me!

Òrìsà Oko, apoie-me!

Faça com que eu tenha parte do seu axé.

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São os primeiros sacerdotes e sacerdotisas de Òrìsà Oko chamados para celebrar o Ilasu ou Yam Festival Odun (festival do inhame) uma vez por ano e são também responsáveis calendário iorubá .

Muitos estudiosos têm especulado sobre sexo de Òrìsà Oko , como macho ou fêmea. Confusão de gênero pode ser explicada em parte pelo fato de que os guardiões do culto de Òrìsà Oko na África são mulheres.

Como muitos papéis tradicionais na África, a agricultura é organizada de acordo com os gêneros, que caiu dentro da fêmea jurisdição.

As cerimônias e sacrifícios ao Òrìsà Oko são quase exclusivamente o domínio das sacerdotisas e mulheres, em sua maioria, são chamados ao sacerdócio. Tanto no palácio e nas fazendas, o altar do Òrìsà Oko é tradicionalmente localizado nos quartos das esposas e é a Ayaba ( A mais antiga das esposas reais ), que é responsável pelo cuidado do Òrìsà . Não é de estranhar, então, que as mulheres começaram a ser chamado de “esposas” do Òrìsà Oko, como Oko como a palavra também significa marido em iorubá.

B. Freeman, um missionário metodista Inglês e Africano, escreveu que em 1850, os sacerdotes do Òrìsà Oko eram do sexo feminino e tinham o tabu de não ver ou tocar um morto para o resto de sua vida. Henry Townsend Abeokuta um pastor Inglês escreveu que o culto de Òrìsà Oko Egba era popular como eram encarregados de fazer os julgamentos por ordálio (uma prova judiciária para determinar ou não a culpa) ao qual eles foram acusados de bruxaria.
Na África, aqueles que são acusados de feitiçaria, que são principalmente as mulheres, são realizados com Òrìsà Oko para julgamento por ordálio. Esses julgamentos foram considerados como justo e sem a menor parcialidade. Na verdade, Òrìsà Oko atua como juiz no panteão dos Òrìsà.

Garante a prosperidade das colheitas, a prosperidade e fertilidade e, portanto, as mulheres inférteis se voltam para ele. Os agricultores africanos vão apresentar os seus produtos para o Òrìsà antes de levá-los para o mercado. Òrìsà Oko é um grande trabalhador e guardião dos segredos, ele disse que seus testículos pendem para o solo, a sua castidade de ferro (daí a duplicidade do nome). Ele está fornecendo alimentos para o mundo, como a própria terra.

Recebe os cadáveres na Terra.

Òrìsà Oko era o rei de Irawo. Este foi infectado com a lepra e as pessoas tornaram-se impacientes e removeram-no do poder, mas também removeram todas as pessoas que estavam com ele. Quando decidiu que ele iria, sua fiel esposa foi com ele.

Ambos recomeçaram sua vida na floresta, onde eles lutaram para sobreviver recolherem frutas e caça. Um dia, enquanto sua esposa estava à procura de frutas, ele encontrou algumas árvores de fruto que haviam comido e, em seguida, atirou e estes estavam produzindo frutos semelhantes.

Ela começou a semear e fazer um jardim, a fim de fornecer o alimento. Alimentos fornecidos pelas árvores, animais, associados ao ambiente caçado, seu marido curado da lepra. Aqui onde se começou a agricultura.

Depois de curado, Òrìsà Oko e sua fiel esposa, voltaram a Irawo e as pessoas o acolheram feliz. Eles ensinaram seu novo sistema Irawo aldeões que se tornaram grandes conhecedores da agricultura e medicina. Quando eles morreram, eles foram profundamente honrados pelo povo, que, em seguida, o divinizou. É por isso que eles estão associados com a fertilidade do solo. Colher uma boa colheita, é visto como o resultado de favor Òrìsà Oko, que com sua esposa, espalha bênçãos aos agricultores.

Também está associado com os mistérios da terra, vida e morte . Considera-se que pode proporcionar estabilidade, saúde, vitalidade, fertilidade e muitas vezes pedem para afastar a morte, problemas de saúde e ter assistência de conceber filhos.

Como dissemos Òrìsà Oko nos ensina os mistérios da vida e da morte, uma vez que é ele quem nos alimenta na vida, mas nós que alimentamos nossos corpos quando morrem e são enterrados na terra.

Um itón nos fala que depois que Olokun invadiu tudo com suas águas, os habitantes do planeta foram deixados sem escolha, mas para se refugiar nas montanhas mais altas.

Houve muitas tentativas para chamar a atenção dos Olofin para resolver esta situação muito difícil. Homens aproximaram-se de fazer uma grande torre para o céu, mas ainda com trabalho pedreiros ficou isolado acabou falando uma linguagem que outros não conseguiam entender, o mesmo aconteceu com os carpinteiros e assim com cada grupo de trabalhadores.

Desta forma, diferentes línguas surgiram e tornou-se tão difícil de continuar que, gradualmente, foram deixando o prédio.



Um fazendeiro chamado Oko teve uma ideia melhor. Com suas ferramentas agrícolas fez sete buracos enormes na montanha e plantou plantas cada um com uma cor diferente.

Uma manhã apareceu Olofin a Terra de Oko e viu o desenho feito.

Gostou e imediatamente ordenou que uma ponte com sete cores correspondentes que estavam na montanha para o autor dessa maravilha poderia subir para o seu palácio fosse feito.

Quando Oko disse a ele o que aconteceu, Olofin indignado ordenou que acorrentasse Olokun ao fundo do mar.

Oko retornou a Terra, agora tinha mais espaço para crescer, porque a água do mar tinha sido removida. Na medida em que os homens souberam de sua realização começou a chamar de Òrìsà Oko.

Olofin decidiu que Osunmare, arco íris, de vez em quando viesse para a Terra como a memória desse evento.



É um Òrìsà com ligação profunda com muitos outros Òrìsà, principalmente Ògún, Òró, Erinlè, Egungun, Obatalá, Olokun, Yemonjá.

No Brasil ficou representado por uma telha pintada de branco na casas afro tradicionais, alguns informam que isto seria pelo motivo do mesmo “morar no telhado”, fato este que não está em nenhum mito ou referência.

IJo ifá ogundabede
#Povodafloresta