Marisol de M. G. da Silva ou Mam’etu Diaminôyá, nascida em 8 de maio de 1966 em São Paulo, a Mameto-de-inquice foi iniciada no Candomblé Bantu, no mês de Agosto de 1970, recebendo a Dijína de Diaminôyá.
Seus pais completamente leigos no assunto, e com a menina (sua única filha) internada no hospital, depois de um desmaio, o qual ela não acordou, recorreram a tudo, até chegarem em um Casa Espiritual, na Vila Brasilândia/SP.
Os dirigentes já falecidos, Seu Zé e Dona Ana (Don’Ana), como eram chamados, fizeram um trabalho especial, com a querida linha das Almas: os Pretos Velhos.
Foi quando o Seu Zé incorporou o Pai Tomás de Aruanda e D. Ana o Pai Joaquim D’Angola, e orientaram os pais de Diaminôyá, o Sr. Gabriel Gomes da Silva e a Sra. Adahir de Mello (ambos falecidos), a levá-la a uma casa de Candomblé, pois o desmaio que ocorrera era um chamado espiritual, ela teria que nascer para o Santo. E assim foi feito.
Mas em função da pouca idade, ela se afastou do Candomblé, até pelo fato de não ter convivido na comunidade e não entender tantas obrigações, e continuou cultuando apenas suas entidades, retomando à comunidade em 1989, quando abriu seu modesto Barracão com a ajuda de seus filhos de Santo, no bairro da Saúde de São Paulo e foi colocando em ordem suas Obrigações Espirituais, na casa de sua mãe de Santo, a amada e inesquecível Nengüa Namboazazi ( Therezinha de Jesus Guttierrez de Souza ) do Inquice Nzazi, que veio a desencarnar em dezembro de 1999, filha do Tat’etu Yabomim, na vida civil Yelê Pires Fernandez, neta do Tat’etu Deuandá, na vida civil, Miguel Arcanjo Paiva (Miguel Grosso) e bisneta de Olegário de Oxum.
Foram muitas perdas carnais que Diaminôyá sofreu, começando pela Mãe de Santo. No ano seguinte em Junho de 2000, foi embora seu Pai carnal; em Julho de 2001, como companheiros que eram à 40 anos, foi ao encontro de sua mãe carnal, e em Março de 2002, foi ao encontro de sua Mãe de Santo, o irmão mais novo de Mãe Namboazazi, Pai Famegüi, que era Tata de inquice de algumas pessoas dividindo a tarefa com Mãe Namboazazi e oficialmente Tat’etu Ndengue (Pai Pequeno) dentro da Casa de Santo, e também o herdeiro, o qual havia assumido depois do desencarne dela. Com o falecimento dele, a casa que já existia há mais de 40 anos, fechou.
O Candomblé não é feito só por uma pessoa, ele só existe, no encanto, na magia e na felicidade, em grupo, e dentro deste grupo cada qual exerce um cargo, o qual chamamos hierarquia. E no respeito as leis naturais, Diaminôyá, foi em busca de alguém que pudesse orientá-la. Pois dentro de sua hierarquia seus Pais já não existiam mais, materialmente falando.
Foram 2 anos de procura, conversou com pessoas maravilhosas do Candomblé de Keto, de Jeje, mas Diaminôyá não queria deixar as raízes, “O Candomblé de Angola”. Diaminôyá, teve ajuda de alguns irmãos de Santo, que lhe fizeram ebós, para que continuasse a jornada. E já no desespero e como se suas forças estivessem se esvaindo, a gota d’água aconteceu, que foi o falecimento do Pai Famegüi, como descrito acima.
No mês de Julho foi feita a cerimônia, que fazemos quando falece alguém, o Mukondo; e no penúltimo dia de ritual, Diaminôyá conheceu Mãe Dango de Hongolo, de Hortolândia, São Paulo, a qual hoje, é sua orientadora espiritual.