Os mitos mostram-nos Oxum casada com Oxóssi e mãe de Logun Edé; às vezes ela cria Iansã, outras vezes, na qualidade de co-esposa de Oxóssi com Iansã, ela cria os filhos que esta última abandona. Oxum, mulher volúvel, engana Oxóssi com Xangô, razão pela qual, desgostoso, o deus da caça resolve ir viver sozinho na floresta. Ela seduz Omolu, deixando-o perdidamente apaixonado, e obtém dele que afaste a peste do reino de Xangô. Mas Oxum é unanimemente considerada como a esposa de Xangô que por ela apaixonou-se, o como rival de Iansã e de Obá com as quais disputa os favores, do senhor do trovão.
Oxum divindade das águas doces e do rio Òsun no país Ijèsà, é ligada à família real de Osogbo. Foi trazida pelos escravos Ijès, e é considerada como Orixá dessa nação; Óxum é a deusa dos rios, fontes e regatos, das águas que nascem da terra.
Não é uma divindade das águas salgadas, embora receba em dezembro um presente no mar, juntamente com Iemanjá. Oxum é essencialmente a divindade dás mulheres, e preside às funções fisiológicas femininas, à menstruação, à gravidez, ao parto. Pode castigar suas filhas provocando-lhes hemorragias, ou tirando-lhes a menstruação antes do tempo. Òsun “olo kiki” “(dona do ekódíde), transformou o sangue da governanta de Òsàlá em ekódíde, pena do papagaio da Costa cuja cor vermelha é associada ao sangue menstrual e que evoca a ideia do nascimento, da fecundidade e da riqueza.
Oxum, divindade da gestação e do nascimento desempenha, pois importante função nos ritos de iniciação. Ela orna as crianças, e foi ela quem criou os filhos do Iansã.
“IYA MI TI TO SO OKU DE À IY É” – (ela transforma a morte em vida)
“ODI ONA KU ITA Ò RUN” – (ela fecha o caminho da morte)
Oxum também é uma mulher-menina que brinca de boneca. Sua relação com a maternidade exprime-se através de sua associação com o peixe, como no caso do Iemanjá; ela é representada sob a forma de uma sereia que é levada em procissão no dia do ipété, ou às vezes na forma de um peixe, símbolo da fecundidade e da fartura. Seu abèbé é geralmente enfeitado de um pequeno peixe ou de uma sereia. Generosa, nada recusa, e nunca se enfurece, o que pode acontecer com Iemanjá.
Fecundidade e fertilidade significam por extensão abundância e fartura, Oxum é a divindade da riqueza.
“A WURA OLU” (a dona do ouro) O pássaro de Oxum, segundo me informaram, é o ADÀBÁ tipo de pombo de olhos vermelhos.
Por outro lado, Oxum desempenha importante papel no jogo de búzios, pois ela é quem formula as perguntas às quais Exu responde.
Em outros terreiros pode ser assentada junto com Xangô. Seu assento é uma sopeira de louça tampada com desenhos amarelados de tonalidade clara contendo seus otá, seixos redondos de cor também amarelada, e sua ferramenta, geralmente um pequeno abèbe de latão, imersos no mel. O peji é enfeitado de bonecas, de flores e frascos de perfume; Oxum é representada sob a forma de uma sereia que sai em solene procissão numa charola, no dia do Ipétè de Oxum.
O dia do òyè de Oxum é sábado, dia das águas; oferecem-lhe nesta ocasião omolukum, ovos cozidos, arroz, o ègbo de milho de Òsàlá. Nos dias da obrigação, ela pode receber uma cabra de cor amarelada; os animais de dois pés que acompanham são geralmente pombas ou galinhas. Mas, Oxm aprecia igualmente pato e conquém. Suas comidas secas são as já citadas omolukum, ipété, adun, isu, feijão preto, milho com coco, èkó, alua.
O ovo, sobretudo é consagrado a Oxum, pela cor amarelo dourado de sua gema e por representar a gestação. Oxum adora o mel, doce como ela. Oxum como era de se prever, não suporta o carneiro, e os filhos de Oxum não podem por esta razão assistir ao sacrifício na festa de Xangô. Quiabo e mamão são proibidos.
Divindade calma veste-se sempre de cores claras, de preferência amarelas que é a sua cor consagrada; porém, dependendo da qualidade, Oxum guerreira pode vestir-se de cor de rosa, Oxum velha de branco e azul claro; Oxum Ijimu, por exemplo, usa uma saia azul claro, òja e adê cor de rosa. Oxum leva na mão direita seu leque ritual, o abèbé de latão ou qualquer outro metal dourado, com uma sereia, um peixe ou até mesmo uma pequena pomba no centro.
O número de Oxum sendo dezesseis, o colar terá dezesseis fios, dezesseis firmas (ou duas, ou quatro) que podem ser de divindades com as quais ela tem afinidade, ou com as quais sua filha estiver relacionada: Oxóssi, Xangô, Iemanjá, por exemplo. Oxum dança os ritmos Ijexá, com passos miúdos, segurando graciosamente a saia.
O toque Ijèsà é ritmado como o balanço das águas tranquilas, e muito apreciado pelos fiéis. Quando estão Presentes Oxóssi e Logun Edé acompanham Oxum. Ogum também dança com Oxum os ritmos Ijèsà, assim como Ossaim. No terreiro jeje do Bogun, Oxum (ÍYÁLODE) dança o bravum como Naná. Ela se banha no rio, penteia seus cabelos, põe suas jóias, anéis e pulseiras. No dia do deká de uma filha de Iansã (Oya Bale) daquela casa, Oxum manifestou-se para disputar Xangô, empurrando-a e dançando, provocante, diante do deus do trovão.
– YEYE ODO; ODÓ é a Oxum das fontes; talvez seja a mesma que Iyámi Odo , um tipo muito parecida com Iemanjá. É a Mãe das Ancestres. Veste branco e azul. Come com Oxalá e Yemanjá. Senhora dos perdões. Nas nascentes dos rios reside Yèyé Odó.
– YEYE OGA; OJA - é uma Oxum velha e rabugenta. Muito enquizilada
– YEYE KARÉ; KARÊ é um tipo de Oxum mais velha, muito autoritária e muito guerreira e extremamente agressiva. Muitas vezes confundida com Iansã por muito rápida. Sua arma é um ofá (arco e flecha). Veste saia branca com forro amarelo-claro. Tem fundamentos com Oxóssi. Acompanha Yemanjá e Oxalá. Come na lagoa e no encontro das águas salgadas com as doces. É manca da perna esquerda e só come bichos-fêmeas. Karê é um de seus títulos, na verdade Karê tem seu próprio nome que poucos conhecem. Tem ligação com Oyá.
– ÒSUN Ê WUJ Í; WIJÍ - é uma Oxum maternal e generosa, saudada no Padê e senhora do Ronkó ou Peji.
– YEYE IPETU; PETU - Qualidade de Oxum que divide o mesmo Ori com Iansã. Gosta do cobre. É o aspecto maduro da Oxum. Encaminha a Olorum os eguns dos afogados usando a coluna de água formada pelos ventos de sua porção Iansã. É guerreira também. Cultuada nas Lagoas. Dizem não incorporar mais.
Àyàlá ou Ìyánlá ou Ayla ou Yala: É a avó das Oxum. Muito poderosa e guerreira. Veste o amarelo e o azul-claro. Come com Ogum. Mora nas matas e tem caminhos com Obaluaiê. Àyàlá, que também foi esposa de Ògún Alagbdé e é conhecida como a "avó" que tocava música num fole para fazer dançar Egúngún, mantém estreita ligação com as lyámi (nossas mães queridas, as famosas feiticeiras) .
Kissimbi: nkisi ou hamba de Angola. Antigo nome correspondente a Oxum entre os negros angolanos e congos no Brasil.
Lobá-guerê ou Gueré: Oxum velha que dirige os trabalhos do qual o auxiliar é o Exu Laboré Fumen. Gueré quer dizer docemente ou alegremente. Tem ligação com Xangô
Iberin ou Merin: Feminina, coquete e muito elegante. Aspecto maduro da Orisá, nessa forma não desce nas cabeças.