sexta-feira, 27 de julho de 2018

Ronaldo Antonio Linares

Ronaldo Linares é filho de fé do famoso Babalaô  Joãozinho da Goméia, a quem conheceu muito jovem quando dava seus primeiros passo no candomblé, nos subúrbios do Rio de Janeiro.

Babalaô da Roça de Candomblé Oba- Ilê (digina do autor).

Radialista especializado em programas de divulgação de Umbanda e do Candomblé na Rádio Cacique de Dão Caetano do Sul, participando dos seguintes programas: “Yemanja dentro da noite”, “Ronaldo fala de umbanda” e, por quase dezoitos anos consecutivos, “Umbanda em Marcha”, além do programa diário “Momento de Prece”.

Foi o primeiro a mencionar a figura de Zélio de Moraes em jornais de grande circulação em São Paulo como o Diário do Grande ABC e o antigo Notícias Populares. É colunista do Jornal A Gazeta do Grande ABC.

Na televisão, participou durante quase quatro anos do programa “Xênia e você” na TV Bandeirantes. Participou como produtor e apresentador durante seis meses do programa “Domingos Barroso no Folclore, na Umbanda e no Candomblé”, programa dominical com duas horas de duração, na TV Gazeta.

Porta Voz Oficial do Superior Órgão de Umbanda do Estado de São Paulo (SOUESP), titulo que lhe foi concedido pelo general Nelson Braga Moreira.

Diretor-presidente da Federação Umbandista do Grande ABC desde novembro de 1974.
Criador do Primeiro Santuário de Umbanda do Brasil, o Santuário Nacional da Umbanda no Parque do Pedroso em Santo André, São Paulo com 640 mil m².

Membro permanente da diretoria do SOUESP desde 1970.

Cavaleiro de Ogum, horária que lhe foi concedida pelo Circulo Umbandista do Brasil.

Em 15 de novembro de 2005, foi agraciado com a medalha Zélio de Moraes pelo Instituto Cultural de Apoio às Religiões Afro.

Ronaldo Antonio Linares considera a maior honraria de sua vida ter conhecido em vida e privado da amizade do senhor Zélio Fernandino de Moraes, Pai da Umbanda, Considerando-se Filho espiritual de sua Filha Zilméia Moraes da Cunha.

Rubens Saraceni

Homem simples, tranquilo e de sorriso fácil, é o autor umbandista mais lido e popular da atualidade.
Sacerdote Umbandista atuante, criou o Colégio de Umbanda Sagrada ''Pai Benedito de aruanda" onde ministra cursos de desenvolvimento mediúnico, teologia e sacerdócio, por meio dos quais se formam novos adeptos, dirigentes e ministrantes do ensino religioso umbandista. 
Mestre de Magia Divina e idealizador do Colégio Tradição de Magia Divina, lá iniciou mais de dez mil praticantes da Arte Real, num curto período de dez anos.
Mantém o programa Magia da Vida, que vai ao ar pela radio Mundial - 95,7 FM, de segundas-feiras, das 10h30 ás 11h. Em suas atividades ''de terreiro '', ao lido de sua esposa Alzira Saraceni e das Filhas Graziela e Stela,  cuida de mais de 500 médiuns e recebe semanalmente uma media de 1.500 "consulentes” frequentadores de seu templo.
Nascido no município paulista de Osvaldo Cruz, em 1951, foi batizado e crismado no catolicismo. Cresceu em ambiente rural, no qual aprendeu com sua avó e sua mãe a benzer e fazer rezas que curavam as pessoas da região.
Em 1963, mudou-se para a Vila Matilde, na cidade de São Paulo, onde, ao lado de sua residência, havia um "Centro de Umbanda '' em que teve o primeiro contato com a religião.
Anos mais tarde, viria a participar de um Centro Espírita sob a direção do Sr. Francisco, ''Seu Chico", tio de sua cunhada. Rubens revela que a primeira entidade a se manifestar, por meio de sua mediunidade. na "mesa branca" foi Exu, ou melhor, o seu ''querido Exu Cascavel", apontando qual seria o seu caminho dentro da espiritualidade.
Passou a trabalhar mediunicamente no Centro de Umbanda de Ogum Megê Sete Espadas, dirigido pela saudosa sacerdotisa Olga de Barros, filha espiritual do saudoso Pai Jaú, precursor da Umbanda paulista.
Já pelos idos de 1983, por orientação de seus mentores, deu inicio aos trabalhos de Umbanda em sua própria residência, que logo se tornou um terreiro devido ao número de pessoas que o procuravam para se desenvolver mediunicamente e centenas de consulentes em busca de uma orientação espiritual.
Fundou-se a Tenda de Umbanda Ogum Beira Mar e Pai João da Mina. Nesse momento as responsabilidades aumentaram, levando-o ao encontro de Pai Ronaldo Linares, com a intenção de federar-se a FUGABC - Federação Umbandista do Grande ABC. Pai Ronaldo, presidente dessa federação, recomendou, além da filiação, o Curso de Dirigentes de Terreiro Sacerdócio ministrado por ele com auxílio de Baba Esmeralda, Baba Dirce e Pai Diamantino Trindade entre outros. Desde 1987. Rubens Saraceni é filho espiritual de Ronaldo Linares.
Começou a psicografar no ano de 1990 e, em 1992, Pai Benedito de Aruanda pediu que "fechasse para o externo e abrisse para o interno”, pois daria inicio a uma nova missão. Mudou-se para Uberlândia, dedicando todo seu tempo livre a esta nova atividade, a psicografia umbandista.
Seu filho espiritual, Pai Nilson, preparado por Rubens Saraceni nesse primeiro período de caminhada umbandista, mantém até hoje os trabalhos da tenda fundada por ele naquela época.
Em 1991, Rubens publicou seu primeiro titulo, por conta própria, Hash-Meir – O Guardião dos Sete Portais. Em 1995, volta a São Paulo com mais seis títulos publicados (O Guardião da Meia-Noite, O Cavaleiro da Estrela Guia, O Ancestral Místico, Dialogo com um Executor e Umbanda – O Ritual do Culto a Natureza), trazendo na bagagem mais de 60 títulos que esperam cada um deles, a hora certa de vir ao público.
Esses primeiros títulos causaram grande impacto na comunidade umbandista e espiritualista em geral especialmente O Gurdião da Meia Noite que conta, de forma romanceada, a história de um Exu Guardião, mostrando sua encarnação, desencarne, queda e ascensão no astral, assentando-se nas Linhas de Lei da Umbanda.
Podemos dividir sua literatura entre livros romanceados, doutrinários e de magia, todos publicados pela Madras Editora.
Livros Romanceados:
Entre os romances, encontramos um conjunto de títulos voltados ao esclarecimento do que é o Guardião na Umbanda, revelando Mestres do Astral que estão para além do tempo e do espaço umbandista. Participaram da criação da Umbanda no astral e nela permanecem e se manifestam por opção, acompanhando médiuns e templos dedicados a "prática do espírito para a caridade", como diria o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Alguns romances demonstram a forma de trabalhar das entidades de Umbanda no mundo dos espíritos e outros apresentam contos que não se relacionam diretamente com a Umbanda, mas com diferentes encarnações de entidades que hoje militam nesta religião. O objetivo é apresentar histórias de vida que possam nos ajudar na condução de nossas vidas frente às dificuldades.
Muitos umbandistas o procuraram com a intenção de entender melhor a Umbanda e beber na fonte dos ensinamentos, transmitidos por seus mentores via psicografia. Nesse momento, Pai Benedito de Aruanda esclareceu uma outra parte de sua missão: levar o conhecimento e o preparo necessário para aqueles que viessem ao seu encontro com este objetivo: estudar a religião de Umbanda de uma forma teórica.
Foi iniciado o estudo teológico umbandista, sob a orientação do astral, com objetivo de criar uma consciência teológica umbandista, para um entendimento mais amplo da mesma enquanto religião. Esse estudo não visou Formatar ou ensinar como devem ser os trabalhos espirituais, e sim a revelação dos mistérios, ocultos nestas práticas aparentemente simples de Umbanda, fundamentada em uma ciência divina que da sentido a cada um dos elementos em sua liturgia.
Em 1996, começou a ministrar o Curso de Teologia de Umbanda Sagrada, na garagem de sua casa, mesmo espaço onde recomeçou o atendimento mediúnico, junto a um pequeno grupo de médiuns que se disponibilizou para colaborar nesta tarefa. Costumava dizer que não era um terreiro, ainda, mas apenas um trabalho assistencial realizado a pedido de seu caboclo. Sr. Arranca Taco.
Costumava atender cerca de 300 pessoas semanalmente, nesse espaço limitado. Mesmo nos dias de aula, centenas de alunos se aglomeravam para ouvi-lo e no final lhe pediam auxilio para este ou aquele problema. Boa parte desses alunos reclamava de demandas espirituais, trabalhos feitos ou situações em que percebiam uma influência negativa em suas vidas. Alguns alunos eram convidados a vir nos dias de atendimento espiritual; esporadicamente, alguma entidade se manifestava fora desses dias prescritos; no entanto, quando se fazia necessário, Rubens atendia com Pontos Riscados e Mandalas feitas com pemba, velas, ervas e pedras.
Já era um trabalho de Magia que vinha praticando além da Umbanda. Seu mentor. Mestre Seiman Hamiser-yê, vinha preparando-o havia anos para a abertura da Magia Divina no Plano Material. Riscava espaços mágicos, muito semelhantes aos de Umbanda. ás vezes com símbolos conhecidos e outras vezes desconhecidos a nós. Acendia as vilas e, ajoelhado, fazia uma espécie de prece ou invocação que dá vida a esta magia. Colocava o aluno dentro de tal espaço, onde se realiza um procedimento para a limpeza espiritual, descarga de energias negativas, corte de ligações nocivas, atração de bons fluidos, etc. A curiosidade sabre tal prática era muito grande, mas, apenas em 1999, recebeu autorização de iniciar outras pessoas em Magia Divina, começando pela Magia do Fogo.
Rubens, nesse período, começou a viajar ao interior para ministrar Teologia de Umbanda e da Magia do Fogo. Com o primeiro curso, os alunos se sentiam seguros e esclarecidos com relação a Umbanda, e com o segundo se capacitavam para descarregar pessoas e ambientes, cortar e neutralizar magias negativas, mesmo quando desincorporados, facilitando uma maior desenvoltura espiritual e tranquilidade ao lidar com os choques e demandas tão característicos na Umbanda.
Tão logo se estabeleceu na Zona Leste, no bairro do Belenzinho, os trabalhos mediúnicos e os cursor continuaram a se expandir, atraindo e preparando novos adeptos, simpatizantes, médiuns e sacerdotes para a Religião de Umbanda.
Com o tempo, prosseguiu nos estudos de Magia Divina abrindo ao Plano Material outros graus de Magia, como Magia das Pedras, Ervas, Anjos. Gênios, Elementais, Cores, Conchas, Raios, Mantos,Espadas, Giros, Eixos, Símbolos e Pós.
Graças a um trabalho árduo, dedicação e determinação, em parceria com a Madras Editora e seu presidente Wagner Veneziani Costa, a literatura umbandista passou a ser vista com outros olhos. Hoje encontramos títulos de Umbanda nas grandes livrarias e mais médiuns de Umbanda vêm se dedicando à psicografia. O interesse pelo estudo teórico e pratico da religião vem crescendo, o que é fundamental para a expansão da religião, a conquista de novos espaços e do respeito da sociedade em geral. A postura de Rubens Saraceni é impar e seu trabalho, exemplar. Como pai de família, sabe-se o quanto abriu mão de sua vida pessoal para a religião, e como pessoa, concentrou esforços sobre-humanos para a realização das tarefas por ele assumidas, dentro e fora da Religião Rubens Saraceni é ainda Mestre Maçom, pertencente ao quadro da Augusta e Respeitável Loja Madras - Grande Oriente do Brasil.

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Mitologia iorubá - O Mito da criação

No momento anterior à criação, tudo que existia era uma massa de ar infinita. Tal massa era o próprio Olorun.
Além do próprio Olorun, só existiam os Orixás primordiais antes da criação do mundo. Estes eram os Orixás do branco (òrisa-funfun),. Essas divindades ocupavam o àwosùn dàra (a morada de Olorun, ou a morada do justo).
O momento mágico de início do nosso mundo e da existência de todos os habitantes é descortinado pelo Odù Ifá Òtúrúpòn-Òwónrín, através de um maravilhoso mito, o Ìtàn ìgbà-ndá àiyé
Ao mover-se lentamente e ao respirar, Olorun deu origem à água. Da relação entre a água e o ar, criou Orixanlá (Òrìsànlá), ou (Òsàlá) o Grande Deus Branco, conhecido também pelo nome de Obatalá (Obàtálà).
No movimento constante de água e ar, parte desta matéria solidifica-se dando origem a um monte de terra avermelhada, a qual Olorun soprou se hálito (èmí) e também o ar divino (òfurufú) para que nascesse Exu Iangui (Èsú Yangí), a primeira forma viva e individualizada do universo.
Da relação entre o ar e a terra, passa a existir Odudua (Odùduwà) (*1).
(*1) Em uma tradução livre, seu nome significaria “a cabaça de onde jorrou vida”. Odududa é frequentemente confundida com o guerreiro mítico divinizado e de mesmo nome, fundador da cidade de Ilê Ifé. A personalidade de Odudua é controvertida. O Padre Boudin, classifica essa divindade como feminina, constituindo assim o par da gênese com Oxalá. Verger discorda, acreditando que a parceira de Oxalá seja Iyemowo.
Olorun decide então criar o mundo para os novos seres. Para tal, convocou Oxalá e a ele entregou o saco da existência (àpò-iwà).
O Deus Supremo, conhecendo todas as coisas, advertiu Oxalá, seu primogênito, a procurar Orunmilá (O Senhor da Sabedoria e do Destino) a fim de que este lhe desse as orientações para obter êxito na incumbência.
Oxalá seguiu o conselho e foi até Orunmilá, o grande oluwò. Este consultou o rosário de Ifá e apareceu Ejiogbe, o primeiro dos 16 odus. Orunmilá então disse que Oxalá teria muitas dificuldades e que estaria sendo testado por Olorun. Recomendou que antes de partir, Oxalá fizesse uma oferenda a Exu contendo uma corrente de dois mil elos, 5 galinhas de cinco dedos em cada pé, cinco pombos e um camaleão. Advertiu-o também a não ingerir bebida alcoólica até a conclusão do trabalho.
Oxalá, no entanto, movido por sua vaidade e prepotência, contestou Oruminlá. Questionou o diagnóstico do sábio, alegando que ele (Oxalá) seria mais importante e mais velho que Exu, razão pela qual se Exu quisesse algo, que fosse atrás de Oxalá na missão.
Oxalá foi teimoso, pois esqueceu que Orunmilá não se equivoca. Foi prepotente, por pensar ser mais importante que Exu. Foi arrogante por esperar que Orunmilá devesse explicações do destino a qualquer um. Deveria saber que ninguém pode ver o rosto de Oruminlá, assim como não pode conhecer a razões do destino.
Oxalá foi também negligente. Desdenhou da predição e partiu no cumprimento da missão, sem atender as predições.
No percurso, deparou-se com Odudua e a convida para a empreitada. Contudo, Odudua recusa-se a acompanhar Oxalá, pois este não teria cumprido as recomendações do oráculo, nem tampouco realizado as obrigações rituais necessárias à tarefa.
Teimoso, Oxalá não deu ouvidos a Odudua e seguiu sozinho, até encontrar Exu na via (òna-òrun). Este, já empossado como olonan (senhor dos caminhos), perguntou a Oxalá se o orixá branco havia feito as oferendas para a jornada. Oxalá, esbanjando superioridade, não deu atenção a Exu; reuniu os Orixás que lhe auxiliariam na tarefa (Olúfón, Eteko, Olúorogbo, Olúwofin, Ògiyán e os demais Orixás funfun) e seguiu adiante.
Irado, Exu resolve se vingar de Oxalá.
Oxalá, ao longo da viagem, desacostumado naquele ambiente inóspito, sentiu muita sede. Parou ao pé de uma palmeira de dendê (igí-òpe), e fincou seu cajado (òpásórò) no tronco para sorver a seiva refrescante, o chamado vinho de palma (emun). Porém, como a bebida é fermentada, possui alto teor alcoólico e Oxalá acabou adormecendo.
Os Orixás que acompanhavam Oxalá ficaram atônitos, pois não conseguiam acordar o líder.
Exu então pegou o saco da criação e o levou de volta às mãos de Olorun, atestando a falha de Oxalá.
Olorun chamou Odudua deu-lhe uma pequena cabaça contendo terra e pediu que esta fosse realizar a incumbência antes conferida a Oxalá, que havia falhado na missão.
O Deus Supremo mostrou a Odudua o lugar determinado para a criação do mundo (òrun àkàxò).
Mais prudente, antes de iniciar sua marcha, Odudua foi a Orunmilá. O Senhor da Sabedoria consultou Ifá e viu Oyeku Meji, o segundo Odu no sistema de Ifá, que é a contra-parte de Ejiobe (o 1º signo).
Orunmilá orientou Odudua a fazer o mesmo ebó antes prescrito a Oxalá.
Odudua atendeu e ofereceu a Exu a cadeia de dois mil elos, as cinco galinhas de cinco dedos, os cinco pombos e o camaleão.
Exu, mostrando a generosidade que tem com aqueles que lhe respeitam, retirou um elo da corrente e o pôs no braço (de onde jamais retiraria para mostrar sua ligação com a gênese). Devolveu a Odudua o restante da corrente e ainda 1 galinha, 1 pombo e o camaleão, avisando-lhe que tais materiais seriam muito úteis à criação do mundo.
E Odudua partiu na expedição. Chegando diante do pilar que une o orun ao aiye (òpó-órun-oún-àiyé), lançou a cadeia de dois mil elos e desceu até o ponto exato da criação do mundo (òrun àkàxò). Em seguida, ainda pendurada, jogou a terra e mandou que a galinha de cinco dedos a espalhasse; determinou que o pombo a semeasse e fez com que o camaleão, com sua prudência, colocasse pé ante pé e fosse verificar se a terra estava segura e firme. Aí sim Odudua pisou no mundo. Sua primeira pegada é chamada de esè ntaiyé Odùduà.
Odudua fundou desta forma a cidade de Ilé-Ifè, o berço da civilização yorubá, que se espalhou para o resto do mundo.
Só depois disso Oxalá despertou. Olorun delegou a ele a tarefa de criar os seres vivos. E Oxalá criou os homens, as mulheres, as árvores, os peixes e tudo que habita a Terra.
Mas entre Oxalá e Odudua surgiu uma rixa. Olorun, com sua sabedoria, fez mostrar que os dois eram de fundamental importância para a Criação e a sobrevivência do mundo dependeria da harmonia de ambos.
Olorun os convenceu assim a celebrar um acordo (Odù Ifá Ìwòrì-Òbèrè) e chamou Oxalá para sentar à sua direita (òtun) e Odudua para sentar-se à sua esquerda (òsì). Instituiu assim a possibilidade de equilíbrio e de convivência harmônica entre homem e mulher.
Até hoje os yorubás comemoram o dia do acordo através de uma grande festejo anual (ododún sise), celebrando a união que permitiu a sobrevivência do universo e da vida.
Toda esta epopéia durou apenas quatro dias. Para representar a gênese e o útero primordial, os yorubás utilizaram o igbá-odù (ou igbádù): uma cabaça pintada de branco, cortada horizontalmente ao meio em duas metades que devem manter-se sempre unidas, contendo em seu interior quatro pequenos recipientes de casca da noz do côco cortado ao meio contendo, cada qual, com um elemento que simboliza os três sangues do axé: o efun (branco), o osún (vermelho), o carvão (preto) e ainda lama (matéria-prima do homem). Esses elementos significam também os quatro odus principais: Eji Ogbé, Òyèkún Meji, Ibara Meji e Edí Meji. Separar as duas metades de igbadu, significa a própria destruição do mundo.
A parte de cima de igbadu representa Oxalá, e a parte de baixo, Odudua.
Nesta época, o orun (òrun), o céu, não era separado do aiyê (àiyé), o mundo, e homens e deuses transitavam livremente entre os dois mundos.
Havia um camponês que morava exatamente no limite entre o orun e o aiye. A mulher dele era estéril. Este homem rogou muito a Oxalá que a mulher dele pudesse parir. Oxalá o atendeu e a mulher do camponês deu a luz a um menino. Contudo, Oxalá decretou como interdito que aquele menino jamais deveria ultrapassar os limites da terra, nunca podendo ir ao orun.
O camponês ensinou a proibição ao menino e tomava todos os cuidados para que o garoto nunca conhecesse o caminho que ligava os dois mundos.
Mas a curiosidade e a rebeldia foram maiores. Certo dia, o pai teria que entregar umas sementes no orun. Encheu um saco, o pôs nas costas e começou a trajetória. O menino esperto fez um pequeno furo no saco de sementes e assim ficou conhecendo o caminho do orun ao aiye.
No dia seguinte, seguiu o rastro e chegou ao orun. Não só descumpriu o interdito, como desafiou os deuses, se dizendo mais esperto e contando vantagem.
Oxalá ficou irado, pegou seu cajado e naquele momento separou o orun do aiye. Limitou assim o espaço dos homens e dos deuses, impondo uma nova ordem e uma nova relação entre homens e as divindades.
Entre o orun e aiye formou-se um vão, que foi preenchido pelo sopro de Olorun, dando origem à atmosfera (sánmò). Este vão possui nove espaços, sendo quatro superiores () e quatro inferiores (òrun isalè mérèèrin), postando-se a Terra no espaço central.

 O menino transgressor chamava-se Exu. Exu foi aquele capaz de criar o caos e recriar a ordem universal. 

Cabocla Jurema, fundamento e oferendas.

A Cabocla Jurema é uma das caboclas mais famosas na Umbanda e uma das primeiras a serem incorporadas na nova fase da Umbanda após a organização dos Espíritos Brasileiros através do Caboclo das Sete Encruzilhadas.

A raiz do seu culto vêm da pajelança indígena, que foi passada para os Juremeiros, os catimbozeiros, encantadores e outros Mestres dos cultos brasileiros que têm origem e predominam no Nordeste do Brasil.

É uma entidade que antes da Umbanda já atuava em p
essoas com sensibilidade espiritual antes destes cultos citados acima, pois acredita-se que a Árvore da Jurema Sagrada sempre teve sua guardiã, e Mestra no plano físico, onde a árvore era apenas um portal para o Plano Superior e os reinos da Jurema (Reinos espirituais divididos em Sete Reinos para uns e Doze Reinos para outros). Seja como for, temos uma analogia clara às Sete Linhas de Umbanda, como planos vibratórios, cidades espirituais ou moradas espirituais onde cada Mestre, Entidade, Guia e Falangeiro são moradores). 

Para mexer na Árvore sempre foi necessário pedir permissão a esta Mestra. O que na Magia antiga seria denominado "Espírito Elemental", ou "Elemental". Na cultura Iorubá seria chamado de Iwín, o espírito que reside na Árvore. 

Historicamente a Acácia Jurema tem sido adorada, pesquisada, conhecida e reverenciada em diversas culturas além do Tempo e do Espaço. Se unem aos brasileiros os egípcios, hindus, hebreus, árabes e os incas, só para citar os povos mais conhecidos. 

O nome da Cabocla, Espírito, Deusa ou Mestra que usamos, e se relaciona à árvore, vem do Tupi-Guarani, que significa: Árvore de espinhos com odor desagradável. 

Todo nome da entidade está relacionado a seu poder no plano físico, e outros planos. São chaves que abrem portais de comunicação. Quando você fala seu nome completo, seu CPF, sabemos que nos referimos a uma pessoa específica, e não à outra. Nos comunicamos através deste sinal, ou "signo" que é o nome. 

Quanto à Cabocla Jurema temos a necessidade de em uma oferenda, um altar, lavar uma imagem, tomar um banho, com os elementos que, antes do Brasil ser colonizado, já se usavam para criar uma ligação com a Entidade, e seus planos espirituais. 

Suas imagens, apetrechos (como colares, pulseiras, coités, amuletos etc.) podem  ser imantados para criar uma comunicação direta entre a Jurema e seu lugar de poder. 

Suas oferendas podem ser depositadas nos pés de uma árvore da Jurema, um local sagrado e benéfico para que sua oferenda se potencialize.

Está sem caminhos, ou precisando de um conselho, um abraço, ou uma limpeza? A árvore da Jurema é o local, experimente ficar descalço e abraçar a árvore. Sentir como se abraçasse a própria Cabocla. Acender uma vela e ali lhe depositar um pedido. Ou somente regar as raízes da Árvore e seus pés junto. Para que fertilize a árvore simbolizando que também seus caminhos serão fertilizados. 

Há muito na Magia Natural para lidarmos com nossas entidades, poderes e ensinamentos que a Deus colocou na Natureza à disposição de quem quiser aprender e usar. Devemos agradecer diariamente pela oportunidade de entrar em contato com estes mentores que não desistem de nós, mesmo quando até nós estamos querendo desistir. 

Em suas oferendas use frutas nativas Brasileiras, pois nossos mentores estão ligados à nossa ancestralidade brasileira. 
Boa Magia!

quarta-feira, 18 de julho de 2018

“Se todos fizerem assim,a nossa história será outra”.

OBS: Essa história foi contada pela Pomba Gira Maria Padilha da 7 Encruzilhadas que trabalha na Egrégora do CECP, visando explicar algumas dinâmicas de trabalho. Os personagens dessa história receberam nomes fictícios.
Carlos se dirige a um Centro de Umbanda aconselhado por um amigo, pois a sua vida está bastante complicada. Sua mãe vive doente, já tendo ido a diversos médicos sem sucesso na cura. O seu pai foi demitido da empresa que trabalhava há mais de 25 anos e vive deprimido e chorando pelos cantos. Ele mesmo desempregado há três anos, vê o seu filho adoecer sem condições de comprar o medicamento. A sua esposa, única ainda empregada, apresenta sérios indícios de fadiga mental e física.
Ao chegar no centro descobre que é dia de consulta com Preto Velho. O seu amigo Cláudio, vai explicando a rotina da casa e como ele deve agir e pedir na hora da consulta.
Chega finalmente a sua vez de se consultar, o seu pensamento está coberto de dúvidas, achando que estava chegando ao fundo do poço ao se dirigir a um terreiro de macumba, falar com uma pessoa que nunca viu antes na vida e abrir o seu coração, suas dúvidas e temores. Num primeiro momento acha graça da posição do médium todo curvado e do jeito de falar, não consegue se aquietar, mas o Preto Velho vai aos pouquinhos ministrando alguns passes e por fim Carlos começa a se abrir.
O Preto Velho a tudo ouve, manifestando de tempos em tempos palavras encorajadoras para o aflito Carlos.
Carlos não entende o por que, mas enquanto ele fala, o Preto Velho vai estalando os dedos em volta dele, olha discretamente para o copo d’água ao lado da vela, joga para cima a fumaça de seu cachimbo, e assim vai firmando e passando as informações para os guardiões que pertencem a egrégora da Casa, que através dos Exus de trabalho partem com a velocidade do pensamento para a casa de Carlos.
Em dado momento, o Preto Velho que está “preso” ao corpo carnal do médium e conseqüentemente com sua visão limitada, utiliza alguns elementos magísticos e ritualísticos para proporcionar alívio ao Carlos.
Diz no final da consulta que irá trabalhar para ele e toda a sua família, dá algumas recomendações sobre como rezar e elevar o pensamento a Deus e se despedem.
Carlos tem alguma sensação de alívio, sente-se mais leve e confiante, mas ao mesmo tempo não acredita que meia dúzia de estalar de dedos vão “resolver” o seu problema… Incrédulo, mas não tão fraco retorna a sua casa sem nem imaginar que a batalha está apenas começando.
O Preto Velho ao ver Carlos se levantar e ir embora sabe que a essa altura toda a egrégora da Casa já está se preparando para a batalha, e, apesar de ainda estar preso ao corpo do médium pelo processo de incorporação, pôde perceber que será grande.
Mas ainda há o que ser feito em terra… Precisa descarregar o seu aparelho e o terreiro. Terminado o saravá ele parte indo se unir com os outros membros da egrégora.
Com o término dos trabalhos, os médiuns começam a ir embora e no Terreiro de Umbanda se faz silêncio. Mas um silêncio apenas aos ouvidos humanos, pois os sons ali emitidos estão numa freqüência diferente dos sons conhecidos nessa Terra.
E os médiuns pensam: “A gira terminou.”
Não meus caros, a “gira” está apenas começando.
A egrégora da Casa está reunida dentro do terreiro aguardando o retorno dos Exus de Trabalhos com as informações reais de cada consulta que foi realizada.
Os Exus vão retornando, um a um.
O Mentor da Casa assiste e faz intervenções quanto às deliberações do Alto, e os Chefes de Linha estabelecem o famoso “quem vai fazer o que”. Tudo isso ocorre em ambiente absolutamente harmônico e organizado.
Exus, Caboclos e Pretos Velhos trocam impressões a respeito dos problemas apresentados e deliberam.
Mas, voltando ao nosso amigo Carlos. (Nesse momento vou dar nomes fictícios também as entidades envolvidas nesse trabalho. Digamos que o Preto Velho que atendeu Carlos chama-se Pai Benedito e o Exu de Trabalho chamado por ele foi Exu Marabô).
Quando Exu Marabô retorna com as informações a respeito do que encontrou na casa de Carlos, o diálogo que se dá é o seguinte:
Marabô: É, Pai Benedito, a situação lá está bem complicada.
Pai Benedito: Eu já suspeitava. O que você viu?
Marabô: A casa do moço Carlos foi totalmente absorvida por uma rede de energia que tem seres bem grotescos mantendo-a firme. Segui buscando a origem dessa rede e me deparei com uma construção logo acima da casa.
Adentrando ao recinto vi uma inteligência poderosa por trás disso, mas sem nenhuma relação direta com nenhum dos envolvidos. Buscando entender a “trama” continuei procurando o porque daquilo e encontrei uma mulher bastante dementada, com um aparelho acoplado em sua nuca e pude “ler” seus pensamentos e “sentir” seus desejos que eram de vingança para com o pai carnal do moço Carlos. Vi também que eles ainda não sabem que o moço Carlos veio aqui no terreiro.
Bem, em resumo: A inteligência envolveu essa pobre infeliz e prometendo-lhe “devolver” o pai do moço Carlos pra ela e suga suas energias que é retro-alimentada pelo sentimento de culpa que o pai do moço Carlos tem. Parece que foi uma aventura dele na juventude, só não me preocupei em saber se desta ou de outra vida, pois achei que os dados que tinha já eram suficientes para podermos trabalhar.
Pai Benedito: Sim, sim… Mais do que suficientes! Não estamos aqui para julgar ninguém. Isso cabe ao Pai.
Bem, nesse caso teremos que destruir essa construção, mas precisamos primeiro recuperar a moça, e já que o pai de Carlos está involuntariamente retro-alimentando a construção, precisaremos de recursos para auxiliar os familiares também.
Assim, Pai Benedito se dirige ao Caboclo Flecha Dourada, responsável pela corrente de desobsessão daquele terreiro e expõe a situação.
Imediatamente o Caboclo determina que a Pomba Gira Figueira irá utilizar os seus elementos magísticos para que a equipe de resgate da Casa recupere a moça e quem mais tenha condições de tratamento e a “equipe de força” destrua a construção e todos os equipamentos dentro dela.
Tarefas distribuídas, eles partem para a construção.
Caboclos, Pretos Velhos e Exus guardam uma certa distância da construção e observam a Pomba Gira Figueira assumir uma configuração praticamente transparente.
Ao chegar perto da construção percebe-se sair de sua boca uma espécie de fumaça enegrecida que começa a tomar conta do ambiente. Logo atrás dela, homens empurram uma espécie de carrinho, que lembram os carrinhos usados em minas de escavação de carvão.
Conforme a Sra. Figueira vai entrando no ambiente tomado por essa fumaça negra, os seres que lá estão caem em profundo sono, sendo resgatados pelos homens e colocados dentro dos carrinhos. A ação dela é rápida. Ninguém percebe a sua presença.
Quando todos são resgatados, a Sra. Figueira começa a manipular a energia dos instrumentos dentro da construção mudando sua forma, plasmando outras energias e transformando os instrumentos em bombas auto-destrutivas.
Finalmente sai da construção e os Exus que compõe a “tropa de choque” ou “equipe de força” passam a detonar a bomba e a destruir a construção e a malha que envolve a construção material na Terra e a prender os seres grotescos que dão sustentação a malha no ponto da construção material.
Caboclos e Pretos Velhos começam a tratar ali mesmo as inteligências retiradas da construção, colocando-os em macas e direcionando aos locais adequados aos tratamentos que irão receber, sob os olhos atentos dos Exus Guardiões, Amparadores e de Trabalho.
Outros partem para a construção material e começam o trabalho individualizado entre os membros da família. Exus fazem o trabalho de limpeza e descarga, resgatando os “perdidos”, para serem encaminhados para os trabalhos de desobsessão da Casa de Umbanda, abrindo espaço e dando condições vibratórias para o trabalho dos Caboclos e Pretos Velhos que é o de inspirar pensamentos de perdão ao pai de Carlos, de esperança no próprio Carlos, saúde e bons eflúvios na esposa e mãe de Carlos. Através de passes magnéticos Caboclos e Pretos Velhos transformam o campo vibratório da casa e cuidam de seus moradores.
Enquanto tudo isso ocorre a casa dorme, e todos são tratados em espírito.
Enquanto isso os médiuns daquele terreiro também dormem em suas casas, mas alguns estão doando ectoplasma, auxiliando nos trabalhos de transmutação energética. Uns participando ativamente e outros observando e aprendendo, através do processo de desdobramento, assistem a boa parte dos trabalhos.
Após o trabalho realizado o Mentor da Casa sorri.

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É claro que todos sabem que de agora em diante é de acordo com o merecimento de cada um, de cada membro dessa família, tudo dependerá do quanto cada um irá lutar para melhorar, mas agora sem as “amarras” ou interferência do Astral Inferior.
A Umbanda através de uma ação conjunta dos componentes da egrégora de uma Casa de Umbanda pôde proporcionar alívio, conforto e libertação aos membros da família e auxílio aos irmãos perdidos nas trevas da ignorância, do ódio, do rancor, do remorso e da culpa.
Mesmo que Carlos nunca mais volte ao terreiro para agradecer a melhora, ou que nunca desperte para a ajuda que recebeu,mesmo que o pai de Carlos nunca se perdoe, a Umbanda se fez presente em Caridade e Amor!
Agora diga com sinceridade, após ler tudo isso você ainda acha que Exu é o Diabo?
Você acha que importa ficarmos discutindo se Exu, a Umbanda e seus Orixás vieram da Atlântida, da África ou do quintal da sua casa?
Se ainda lhe resta alguma dúvida eu afirmo a minha certeza: a Umbanda nasceu do Coração de Zambi em Sua Infinita Misericórdia por nós! Porque só a Umbanda tem quem nos defenda e proteja independentemente da nossa ignorância nos impedir de reconhecê-los como bons e amigos!
Obrigada Exu pela proteção, defesa e principalmente por ter tanta paciência com a nossa ignorância!
Salve os nossos amigos, defensores e compadres! Saravá Exu e Pomba Gira!
Laroyê Exu!!!

Pomba Gira do Fogo

Elíada da Assunção nasceu e se criou em sua última encarnação na cidade de ourinhos em São Paulo, filha de uma senhora extremamente dada ao trabalho, que havia sido engravidada pelo seu patrão.
Eliada da Assunção cresceu, estudou e logo aprendeu a costurar e trabalhar numa malharia da cidade.
sua saude fragilizada,sempre precisava abandonar o trabalho para se tratar,e as vezes buscar ajuda fora de sua cidade, mas sua condição financeira não era boa e faltavam-lhe recursos para continuar seu tratamento. Muitas dores de cabeça,e até convulsão lhe acometiam a saude.
Orientada por amigos e familiares, aos 22 anos decidiu buscar ajuda em uma cidade próxima a Campo Grande, em Mato Grosso.
Ali, naquela região, conheceu Seo Andrade, um homem filho de indigena com português, caboclo sábio e curandeiro. O mesmo lhe receitou alguns remédios e beberagens e disse que ela só saberia as causas do problema se mergulhasse em sua natureza em sua interioridade, pois,somos todos feitos de energia e não há um mal que acometa o corpo físico que não tenha sido iniciado dentro de nós mesmos.
O velho homem falava com autoridade e firmeza. Foi quando, o mesmo,explicou que se Elíada bebesse da Ayauasca, adentraria em seu âmago e em desdobramento astral, seria conduzida aos primordios de sua ancestralidade espiritual. Ela, em ritual especifico, bebeu do chá sagrado e em desdobramento astral, foi levada pelo cacique Cobra Verde,até uma aldeia chamada ” Lírios dos Corumojás” ( Lirio dos astros que nutrem).
Lá na aldeia,soube ser em encarnações anteriores,uma iniciada na magia do fogo e dominava a cada encarnação, na tribo dos carijós, uma chama sagrada. Reencarnou 7 vezes nas tribos carijos,para receber na carne,a unção das 7 chamas sagradas:
A) Chama Azul do Arcanjo Miguel.
B) chama Amarelo-dourada do Arcanjo Jofiel.
C) Chama cor-de-rosa do Arcanjo Chamuel.
D) Chama Branco-Cristal do Arcanjo Gabriel.
E) Chama Verde do Arcanjo Rafael.
F)Chama Ouro-Rubi do Arnajo Uriel.
G) Chama Violeta do Arcanjo Ezequiel ( conhecido como Fogo de saint-Germain).
O Cacique lhe explicou que deveria ser curandeira naquela encarnação e que seria ungida na carne mais uma vez pela última vez na matéria, pois receberia a ascensão espiritual, com a unção Dos Elohins Hélios e Vesta, deuses que habitam o sol. São os reis das salamandras.
Depois voltou do transe, trazida pela entidade que a buscou. contou sua experiência extra-corpórea ao Seo Andrade, que lhe ensinou o domínio da magia e como harmonizar-se com os elementais dos outros reinos, pois são sete os reinos elementais: terra,agua,fogo,ar,minerais,cristais e vegetais.
Elíada,praticou curandeirismo em sua cidade, sua saúde melhorou a ponto de em alguns anos de atividade mediúnica ser inteiramente curada. Trabalhou em sua casa atendendo as pessoas jogando cartas e fazendo orações e atendimentos fraternos. Sempre usando a magia do fogo. Aos 72 anos de idade, recebeu informações da espiritualidade, que deveria deixar a matéria para sempre. Como não teve filhos, viveu na castidade sempre. pouco a pouco foi preparando os seus amigos e parentes e certa manhã de pascoa, foi encontrada sem vida em seu quarto simples.
Na espiriualidade foi revestida de beleza e formosura,pois para o perispirito de alguem evoluido,não há velhice, nem doença.
Com o passar do tempo,decidiu ajudar as pessoas, a limpar suas cargas densas,com magia forte, manipulavel por uma pomba-gira,e no reino dos Corumojas, uma grande aldeia na espiritualidade,aceitou ser ungida como Pomba-Gira, trabalhando na frequência de Oxóssi e Iansã.
laroie a Pomba Gira do Fogo.

Pomba Gira Dançarina

Pomba Gira Dançarina
Marie Consuelo nasceu na França na cidade de Bordéus ,filha de uma mãe solteira espanhola e irmã gêmea de Marie padille.Teve uma vida sofrível vendo desde cedo as dores e crueldade do mundo.Aos 12 anos se tornou uma prostituta num cabaré para tentar sair daquela vida miserável que vivia e jamais aceitara. Ao descobrir seu novo método de ganhar a vida a mãe a repudiou dizendo ter vergonha da própria filha. Marie então se dedicou a sua nova vida de cabeça vendo na dona do cabaré Vivian a imagem de uma mãe.mesmo assim sempre passava pela casa de sua mãe verdadeira para dar esmolas toda disfarçada ,ricamente bem vestida e com um lenço na cabeça como se fosse uma verdadeira cigana. Tudo ia bem até o dia que Vivian vendo a vontade daquela menina de se dar bem na vida a vendeu para um rei de um país distante. Marie odiou a idéia e tentou inutilmente convencer Vivian a cancelar o acordo,mas já era tarde demais e Marie foi levada a força para seu novo lar com seu novo marido mais velho ,grosseiro,maldoso e que achava que poderia comprar tudo com seu dinheiro. Desoladda Marie sempre buscava conselhos e passava a maior parte com a feiticeira da corte(uma bruxa vinda de uma ilha distante da Gallia) com quem aprendeu os dons da videncia, da sedução e de outras artes mágicas inclusive a magia das ervas que foi usando aos poucos para envenenar seu odiado marido que fazia de tudo para agrada-lá em vão. Num dia Marie pegou uma traição de seu marido que não conseguia possui lá com a sua irmã e como vingança armou com inimigos do reino uma emboscada para seu infiel marido. Eles o dominaram mas ela teve o prazer de arrancar os seus braços e pernas com golpes certeiros de espada e depois riu da cara dele enquanto ele agonizava até morrer. Com o dinheiro que erdou Marie voltou para sua terra para ajudar sua mãe mas já era tarde e sua mãe já havia falecido. Então gastou o dinheiro ajudando as famílias pobres e com o que sobrou reabriu as portas do cabaré de dona Vivian se tornando uma rainha sim ,mas de cabaré. Levou uma vida cheia de altos e baixos sem nunca desanimar ou perder a majestade e beleza mas cometeu um grande erro: se apaixonar. E com a morte de seu grande amor saiu a vagar pelas estradas desiludida pela vida com seu antigo disfarce de cigana . Usando seus dons aprendidos para ler a mão das pessoas em troca de um prato de comida e ajudar as pessoas com seus encantos amorosos até morrer. Hoje dona Cigana como ficou conhecida trabalha para evoluir de seus crimes ajudando as mulheres e principalmente os que ela sabe que mais precisam de ajuda. Laroie dona Cigana!

Pomba Gira Guardiã Sete Ventos

Saravá Guardiã Sete Ventos!

A Pombogira 7 ventos, faz parte de uma hierarquia dos ventos ligado ao mistério do ar, assentado a esquerda do trono da lei na 5ª vibração divina. Sobre a guarda da Divina Mãe Iansã.
Nesse mistério encontramos seres naturais do ar e espíritos humanos que foram absorvidos pelo mistério do ar e agora irradiam de si esse mistério.
Dominam todos os tipos de gases puros, misto e composto, dominam também os fatores climáticos como: Tempestade, Raio, Ventos, Chuvas, Tormentas, Furacões, para termos uma ideia podemos pegar uma tabela periódicas e encontrar os nomes dos gases que ela movimenta. Na hierarquia do ar encontramos as seguintes Pombogiras:
. Pombogira dos 7 Ventos;
. Pombogira 7 Ventanias;
. Pombogira 7 Tempestades;
. Pombogira 7 Trovões;
. Pombogira 7 Ventos Furacões ;
Etc.
Trabalham no campo da lei e na Justiça divina, esgota todos os negativismo nos 7 sentidos e direciona os seres a um novo rumo para que o mesmo possa reparar seus erros e conseguir alcançar as esfera de origem, retomando a sua evolução natural. É muito movimentadora e ajudam pessoas também despertando coragem para que possam enfrentar problemas difíceis.
Na umbanda manifesta em suas médiuns dando gargalhadas, muito alegres, e movimenta o tempo todos durante a sua descida, giram para direitas e para esquerda em giros purificadores de prosperidade, trabalham com assopro e movimentos com as mão esquerda anti-horários e movimento com a mão direta horário.
São especialistas para cortar demandas feitas na força de elementais do ar, purificação de ambiente e para recolher assentamentos negativos nos pontos de forças da natureza. Pessoas doentes em quadro clínicos trabalhando várias deformações da saúde.
Ponto de força da natureza para oferendar:
Nos bambuzais principalmente de cor amarela, caminhos, encruzilhadas, campos Santos, descampados e no pé da pedreira;
Elementos que compõe sua oferenda:
Flores: Rosas amarelas, vermelha, brancas e flores diversas.
Velas: Vermelha, Amarela, preta e branca
Um recipiente transparente vazio
Frutas: Abacaxi, manga;

Mensagem da Pomba Gira de Lei Sete Saias- Chefe de Falange

Ao povo da Umbanda, que vocês como médiuns tenham acima de tudo, consciência da responsabilidade espiritual, material, psicológica e mental sobre todos aqueles que vêm as nossas casas, templos, terreiros e tendas ; em busca de ajuda para sua vida e de seus familiares. Que vocês possam compreender a Luz de suas missões, a Grandiosidade e Bondade Infinita de nossos Orixás, que nos dão oportunidade de compreender, evoluir e tornar-nos seres humanos melhores e guardiões desse Planeta.
        Que vocês sejam sempre caridosos de coração, fiéis a sua religião, firmes em seu propósito de ajudar ao próximo, humildes para estudarem e aprenderem conhecimentos. Observadores para que em nenhum momento, possam ser utilizados para fazerem o mal. Vigiem seus corações , não permitam que entidades inferiores encontrem brechas e usem seus corpos e mediunidade para espalharem inveja, mesquinharia , desunião, a falsa moral e o egoísmo.
        Entendam que o Universo é regido por leis  e que  o hoje que vivemos é o reflexo de seus pensamentos e atitudes passadas. Que o caminho mais fácil, em que vocês atropelam seus irmãos será um caminho mais difícil no futuro. Que a lei do Karma, da Ação e Reação, ou o famoso ditado :  “você colhe o que você planta “é a lei mais perfeita de Deus, nosso Amado Olorun, que por sua Justa , Perfeita e Misericordiosa Lei que regula toda nossa vida, será nosso destino.Irmãos, que a cada semente do entendimento cresça dentro de vocês, para que possam cuidar, regar , fazer crescer  sua evolução.
     Agradeço a todos aqueles que crêem na nossa Umbanda, nos nossos Orixás, em nosso Zambi. Que ELE possa aumentar sua evolução e desenvolvimento espiritual a todo o momento.
     Salve nossa Umbanda ! 
          Oração a Pomba Gira de Lei Sete Saias
         
          Senhor Jesus, Mestre Amado e Amigo de todas as horas. Oxalá nos abençoe e nos fortaleça na Tua presença a cada dia. Estamos agora diante de Ti, com o coração sincero pedindo ajuda e lembramos nessa hora da Pomba Gira Sete Saias. Permita que esse espírito bondoso venha em nosso auxílio.
Sete Saias nos  socorra agora com toda a sua equipe. Que este problema… seja resolvido de acordo com o nosso merecimento, com a vontade de Deus- Olorun e de nossos Orixás, porque sabemos que eles só nos dão o que for o melhor para nós.
      Que sintamos uma intuição de sua parte sobre essa aflição que estamos vivendo. Aumente a minha fé Sete Saias e nos conceda ainda hoje a solução tão esperada, para que eu lhe agradeça com toda a alegria de minha alma e propague a sua devoção.
Muito Obrigada Sete Saias, por mais uma vez ter nos socorrido. Oxalá seja sempre seu guia, para que continue auxiliando as pessoas que tanto precisam de sua intercessão.
     Após a oração acender uma vela vermelha e coloque ao lado um copo com água.