Aninha Estrelinha do Mar é uma Erê que trabalha na Umbanda na linha das Ibeijadas, fazendo a caridade a quem necessita, principalmente às crianças carentes e necessitadas.
Ela busca fazer seus trabalhinhos voltados a saúde do corpo físico, mental, psicológico. Tem grande conhecimento de rezinhas que encantam a todos, principalmente os pequeninos.
Sua história na vida encarnada se iniciou nos meados do século XIX, onde ela veio iluminar esse mundo com seu sorriso cativante e lindo. Nasceu na região Nordeste do Brasil, em uma ilha nas proximidades da Baía de Todos os Santos, e lá ela viveu até seu desencarne com apenas 7 anos de idade.
Aninha já era diferenciada mesmo no ventre de sua mãe, uma camponesa da região que se matrimoniara com um imigrante espanhol, e com todo amor aguardavam a chegada de um filho. E essa diferenciação era constatada pelo próprio pai de Aninha, quando a sua esposa já grávida era acompanhada por três luzes muito brilhantes, sendo uma azulada estando sempre a frente da futura mãe, e duas embranquecidas, ficando uma de cada lado da mulher.
A jovem camponesa era muito fiel a sua fé, e sempre dizia ao esposo que ela não estava apenas gerando um filho, mas sim um Anjo de Deus, e a prova estaria nas luzes irradiantes que ela via em torno de si mesma.
O tempo passou e, certa manhã, quando o casal estava em um pesqueiro buscando seu alimento, a jovem futura mãe sentiu as dores do parto, e rapidamente seu esposo buscou retornar ao cais, porém o mar de um instante para outro se tornou violento, grandes ondas se formaram, fazendo assim com que o pesqueiro ficasse a deriva.
O jovem espanhol entra em desespero, tinha muito medo de que acontecesse algo de ruim a sua esposa e ao filho que estava para chegar.
Ele tentava desesperadamente conduzir o velho pesqueiro para fora da tormenta, pedia auxílio a seus companheiros de pesca, clamava a algumas mulheres a bordo que levassem a sua esposa a local seguro pois ainda se encontrava no convés. E assim foi feito, enquanto o grupo de pescadores sobre supervisão do jovem espanhol continuavam tentando retirar o pesqueiro da tormenta, tentando salvar as vidas de todos ali.
Não sabendo mais como conduzir o barco, o espanhol se joga de joelhos ao chão, clama a Deus que os salvem, principalmente sua esposa e o filho que estava para nascer.
Enquanto isso a jovem futura mãe se encontrava em uma cabine, deitada ao chão, em lágrimas, não pelas dores, mas com medo de algo acontecer e seu bebê não pudesse sequer nascer.
Em sua volta algumas mulheres de pescadores rezavam em murmúrio, pedindo proteção a todos e principalmente a criança que estava a vir ao mundo naquela situação desesperadora.
Lá fora a tormenta aumentava, muitas ondas batiam no casco do pesqueiro fazendo com que ele balançasse, rodopiasse, deixando todos sem direção.
A jovem mãe sentia mais dores, e com o balançar do pesqueiro tudo ficava pior. Mulheres ajoelhadas rezavam, uma velha senhora mestiça auxiliava a mulher em seu parto.
Os ventos não davam trégua. O mar revoltoso lambia todo o convés do pesqueiro de uma forma violenta, as velas se rasgavam, a correria por salvação estava grandiosa, enquanto o espanhol continuava suas orações.
Na cabine abaixo do convés, o sofrimento da futura mãe era de cortar os corações das mulheres presentes, ela clamava a Deus e pedia que salvasse a sua criança. E a criança começa a nascer com auxilio da velha senhora pescadora.
No mesmo instante que a criança vinha ao mundo, os ventos batiam e quebravam os grandes mastros do pesqueiro, as ondas enormes quase viravam a embarcação.
E a criança nasceu, e como por um milagre ao dar seu primeiro choro de recém nascido, o céu se cala, não havendo mais raios e trovões, o mar se acalma, o vento vira uma pequena brisa, o mestre Sol reaparece.
Ao sentirem a calmaria novamente, os pescadores aos poucos retornam ao convés, se reunindo em agradecimento a Deus. Nesse momento a velha porta de madeira da cabine se abre e a velha senhora mestiça com a criança ao colo, abre um largo sorriso dizendo a todos sobre o nascimento da menina. O jovem espanhol se aproxima, pega a criança ao colo, se ajoelha e em lágrimas agradece a Deus.
Nesse momento, as três luzes que acompanhavam a jovem mãe em sua gestação aparecem diante de todos, só que dessa vez em forma humana, e se apresentaram assim: Uma linda mulher de manto azul e longos cabelos negros com seu olhar carinhoso que encantou a todos, e dois homens encorpados, de aparência serena, e olhar cativante, vestidos com roupas azuladas, porém um com o tom de azul mais escuro e outro com azul mais claro.
A mulher com a voz doce e meiga, abre os braços e diz assim:
"Abençoada seja essa criança, assim como abençoada seja seus pais. Essa menina veio ao mundo para iluminar os caminhos de quem necessitar, terá em suas mãos o poder de curar, de trazer paz, de distribuir o amor.
Essa será sua última missão nessa terra antes de partir para o reino da caridade espiritual. Ela será protegida, encaminhada e amada por mim, e pelos dois protetores que cá estão presentes.
A luz de Oxalá deve fazer essa criança brilhar em sua missão, e após ter a cumprido, retornará a seu lugar da mesma maneira que cá ela chegou.
Aos pais, rogo muita fé, entendimento e compreensão, pois será com esse entendimento que fará essa menina ser mais uma divindade, com essa fé que exaltará toda sua caminhada rumo ao infinito amor de Deus, e essa compreensão que fará com que ela possa caminhar em seu destino sem tristezas ou culpas.
Aqui agora eu abençoo cada instante de vida desse ser de luz, e que sua generosidade, seu amor, sua fé e sua caridade reinem acima de tudo.
Em meu nome, Iemanjá, em nome de Ogum Beira Mar, e em nome de Ogum Iara, eu trago as forças das águas do mar e das cachoeiras a essa menina de Deus."
Ao falar isso, a linda Iemanjá segura uma bela estrela do mar nas palmas das mãos, sobre ela também colocam as mãos espalmadas Ogum Beira Mar e Ogum Iara, abençoando o objeto, que foi entregue ao pai e a mãe da menina, que já se encontrava no convés.
E assim Iemanjá disse:
"Guardem essa estrela do mar, ela é o artefato que essa doce menina usará para seus trabalhos de cura."
E assim, as imagens iluminadas desapareceram diante de todos presentes, que sem demora se jogaram de joelhos e se colocaram em oração.
Nesse instante a jovem mãe ainda fraca, com um fio de voz diz ao esposo:
"Ana, esse vai ser o nome de nossa filha, e será conhecida como Aninha Estrelinha do Mar."
E assim o tempo passou, e Aninha ficou muito conhecida na região, todos comentavam o acontecido de seu nascimento, e muitas pessoas faziam filas nas proximidades da casa de Aninha para poderem tocar na menina e na estrela do mar que estava sempre a seu lado.
Muitas curas foram feitas naquela região por intermédio de Aninha e a fé de seus admiradores. E ela já com seus 3 anos andava por toda a região em companhia de sua mãe para auxiliar a quem necessitava.
Varias doenças da época disseminava muitos povos nas proximidades da região onde residia Aninha e seus pais, e assim essas doenças teimavam em atacar as pessoas do povoado de Aninha, porém, com muita fé e o auxilio da menina, as pessoas decaíam sim, mas não chegavam ao desencarne.
As crianças que naturalmente eram mais enfraquecidas fisicamente, eram as principais vitimas desses males da época, e assim todas eram levadas ao encontro da menina que com carinho e dedicação, pegava sua estrelinha do mar, fechava seus olhos e clamava pela cura dessas crianças, que milagrosamente iam se restabelecendo dia após dia com a fé da menina Aninha, e as bençãos da doce Mãe Iemanjá, de Ogum Beira Mar e Ogum Iara.
Assim ficou conhecido por toda a região os milagres e as bençãos da Aninha Estrelinha do Mar.
Os anos passavam rapidamente, e assim ano após ano a legião de seguidores e admiradores da menina de Iemanjá, como já era conhecida, foi aumentando. Ela sempre bem disposta e sorridente era incansável, fazia sua caridade a todos que a procuravam, brincando, dançando ou pulando, com seu ar infantil.
Muitas pessoas lhe traziam presentes, porém ela insistia em não aceitar, pois assim tinha aprendido com sua Mãe divina, a linda Iemanjá, e seus protetores Ogum Beira Mar e Ogum Iara, que a caridade deve ser entregue as pessoas sem interesses ou trocas, e assim ela o fazia.
Quando Aninha completou sete anos, teve um belo encontro com a sua Mãe Iemanjá e seus protetores. Na mesma noite que ela tinha feito mais essa primavera, estando em seu quartinho, deitada em sua cama, ela ouve uma linda voz suave pedindo que ela acompanhasse uma pomba branca que arrulhava na pequena janela de seu quarto. E assim ela fez, seguindo a pomba branca pelo caminho que daria nas areias brancas da linda praia onde ela tanto se ajoelhava para fazer suas preces a Iemanjá e os Oguns Iara e Beira Mar, seus protetores.
Lá chegando, sentou-se na areia, contemplou o brilho de uma bela Lua cheia que a protegia de tudo e de todos. Sentiu a brisa vinda do mar, o som sem igual das ondas se quebrando na orla, a força do mar que a fazia ter esperanças em tudo que sonhava, o cheiro da maresia inconfundível. Ali ela permaneceu sentada por alguns minutos até que sua percepção mostra a chegada de alguém em sua retaguarda, ela se vira e se depara com uma linda mulher de cabelos negros e sorriso materno, mas atrás dois fortes guerreiros com largo sorriso sereno. Ela já sabia de quem se tratava, ali estava diante de seus olhos de menina a poderosa Rainha do Mar e os guerreiros da falange de Ogum na linha dos Oceanos.
Iemanjá se aproxima da menina enquanto os protetores ficavam um pouco mais afastados. A Senhora das Sereias estende as mãos a pequena Aninha, afaga seus cabelos longos, acaricia seu rosto infantil e abrindo um sorriso lhe diz:
"Minha menina de luz, sua missão está chegando ao final. Você nasceu para servir a caridade, cresceu para curar seus semelhantes, e agora vai partir para salvar a vida de dezenas e dezenas dos filhos de Deus.
Peço que não tenha medo, peço que não guarde mágoas, peço que compreenda o homem e suas ganâncias, pois esse ainda é imperfeito.
No momento de decisão, use seu coração e sua bondade para com seus semelhantes. Muitas crianças dependerão disso para continuar a caminhada, e só você pode fazê-las prosseguir.
De hoje a sete dias, quando você tiver sete anos e sete dias, Deus vai colocar a prova a sua caridade e seu amor pelos seus semelhantes. Seu retorno a sua casa pode lhe trazer medos, porém sua coragem e sua fé devem vencer esse medo, para que assim você parta para os braços de Oxalá, e após isso sua missão retorna, porém na luz espiritual. Seja corajosa, eu e seus protetores estaremos lhe aguardando, e você será avisada no momento crucial o que deverá fazer.
Fique com as bençãos de Deus!"
E assim, as três imagens iluminadas partiram, deixando a menina Aninha reflexiva sobre tudo aquilo que escutara.
Dali ela retorna a seu lar, em meios de pensamentos que não sabia muito bem como agir, as vezes sentindo receios, as vezes felicidade, porém nunca deixava a sua fé se abalar.
Ao estar novamente com sua família, escuta seu pai em diálogo com um velho pescador, e o assunto era justamente as curas feitas pela pequena menina aos necessitados. Sem perceber a presença de Aninha eles cogitavam a ida de um pesqueiro a uma ilha distante para resgatar dezenas de pessoas adoentadas, fazendo com que Aninha as curassem com seu dom. Diziam eles que males atacaram as pessoas dessa ilha e as doenças se disseminaram por todas as partes, e a única saída daquele povo seria trazer os adoentados para serem cuidados e observados dentro da região onde a menina fazia moradia, pois na versão do pai da pequena Aninha, só poderiam ser curados por ela os que com eles viessem.
O pai de Aninha e o pescador já tinham entrado em contato com os líderes daquele povo, contando a versão deles, que naturalmente não era verdadeira, e acertado que no dia seguinte, embarcariam as pessoas e retornariam ao seu destino.
E assim foi feito, pois no dia seguinte todos estavam preparados, inclusive Aninha que fez questão de ir para acalentar as pessoas mais necessitadas durante a viagem, isso mesmo a contra gosto de seu pai.
Ao chegarem lá ela verificou que a maioria dos adoentados eram crianças, que tinham ao seu lado os pais desesperados, e tinha certeza que deveriam tratá-los o mais rápido possível, pois muitas dessas crianças estavam entre a vida e a morte.
Porém seu pai não autorizou a menina a tratá-los ali, dissera que o ar estava impregnado pelos males, e poderia ser perigoso permanecer ali por mais tempo.
A menina pestanejou, mas sem sucesso, ela teve que obedecer o pai, que a arrastou até o pesqueiro ancorado, e após esse gesto ele tomado por uma fúria jamais vista por ela disse que iria retornar para buscar os adoentados para serem levados até o arraial de moradia de Aninha.
Ela mesmo sem entender o porque seu pai estava agindo daquela forma, respeitou e se calou. E quando ele retornou, ela se pôs de joelhos e orou pedindo forças para todos que se encontravam doentes na pequena ilha. E nesse momento ela observa no céu azul as imagens de Iemanjá, Ogum Beira Mar e Ogum Iara sorrindo para ela, que a acalmou lhe trazendo paz.
Após levarem todos os que foram atacados pelos males para o pesqueiro, o pai de Aninha juntamente com o velho pescador, tomados pela ganância, navegaram com o barco até certo ponto no mar, e lá disseram que só poderiam levar aqueles que pagassem certa quantia a eles, podendo ser em ouro, prata, ou qualquer bem que as pessoas tivessem, caso contrário ficariam parados ali.
Muitos se desesperaram em ver seus filhos inertes, rogaram pelo amor e a caridade dos dois gananciosos, mas eles estavam irredutíveis.
Desejosos de riquezas, independente como as conseguisse, ficaram ancorados a fim dos pais desesperados retornassem a ilhota e pegassem todos os bens que possuíssem, afim de pagarem aos dois pescadores a viagem e a cura dos seus entes amados.
Enquanto isso, Aninha Estrelinha do Mar sem saber do acontecido, continuava a fazer seus trabalhinhos de cura escondida do pai.
Ao retornarem com alguns bens, os pais desesperados entregaram tudo aos dois gananciosos, que ao verem que não era muita coisa, pois os moradores da pequena ilha eram paupérrimos, disseram que não levariam os adoentados e nem a menina iria fazer a cura desejada.
Nesse momento a menina Aninha sai ao convés, escuta seu pai falando a um dos líderes do grupo sobre o pagamento. Ela o recrimina pesadamente, lhe dizendo que não poderia cobrar nada aos irmãos sofredores, e que ele deveria devolver o que já tinha pego. E ela não necessitava sair da ilhota para tentar curar os adoentados.
O pai de Aninha ficou furioso, e num gesto de ódio ameaçou a estapear a menina. Ao levantar as mãos para agressão, o céu escureceu, o dia virou noite, raios cortavam todo horizonte, a tempestade caiu de uma forma torrencial, o mar se revoltava, os ventos uivantes vinham de todas as partes. Todos se assustaram, a correria começou, o pesqueiro rodopiava, balançava violentamente, alguns pescadores eram atirados ao mar, outros gritavam desesperadamente, e alguns rezavam, clamando a Deusa dos Mares que salvassem suas vidas.
As crianças adoentadas choravam de pavor, os pais tentavam uma proteção ineficaz; o pai de Aninha tentava colocar o pesqueiro sob seu domínio, porém as forças das águas do mar não lhe permitia isso.
Aninha extremamente preocupada com os doentes, chegou até a proa do barco, abrindo os seus bracinhos disse:
"Mãe amada Rainha do Mar, entendi agora suas palavras antes de minha partida a essa viagem. Entendi a ganância dos homens, entendi a quem não devo guardar rancor. Agora entendo que não devo ter medo, que devo salvar a todos dessa embarcação. E a ti me entrego minha Mãe, a ti entrego meu caminho, e assim rogo apenas que salve a todos dessa tempestade que mostra que devemos ser caridosos, e caridade nunca deve ser cobrada.
Rogo também pelo perdão a meu pai e a seus comandados, e que eles nunca mais usem da oportunidade de fazer o bem em troca de seus próprios interesses."
Nesse instante, o pesqueiro rodopiou e se inclinou, fazendo menção de naufragar, e no mesmo instante, nas águas do mar apareceram três filhas de Iemanjá. E essas três Iabás acenando para Aninha, a chamaram para junto delas, e a menina sem pestanejar se joga nas águas revoltosas e violentas do Oceano.
Ao ver essa cena, o pai de Aninha solta um grande grito de desespero e de dor, tenta se atirar junto, porém é detido por outros pescadores.
Como num passe de mágica, as águas do mar se tornam mansas, os ventos se transformam em uma leve brisa. No céu não há mais raios, nem nuvem escuras, o Sol volta a brilhar.
O barco pesqueiro fica na posição de retorno a pequena ilha. Todos se entreolham. O pai da menina Aninha chora copiosamente buscando com os olhos a menina que se atirou ao mar.
Quando ele ia se atirar no mar tentando buscar sua pequena filha, uma luz brilhante pairou sobre a embarcação. Nessa luz estavam as imagens de Iemanjá, Ogum Beira Mar, Ogum Iara e ao centro a imagem da doce Aninha segurando sua estrelinha do mar.
A menina com uma voz suave e infantil disse:
"Meus irmãos, Deus está curando todos os adoentados, nenhum de vocês sairão dessa embarcação carregando convosco males ou doenças.
Meu pai, peço-te para refletir sobre a ganância que tivestes. Devemos fazer a caridade sem cobranças, devemos fazer o bem para recebermos o bem, devemos ter fé para podermos distribuir esperanças.
Hoje parto da vida encarnada, começo a minha jornada na vida espiritual, tenho muitas coisas a aprender, porém tenho a minha mãezinha e meus protetores para me mostrarem os caminhos de luz.
Deixo-te para refletir sobre esse dia de muitas lições. Não guarde culpas pois tu não as tens; tudo que aconteceu estava escrito, e só assim eu poderia partir para essa nova caminhada. Feliz eu fiquei nesses sete anos e sete dias de encarnada junto a ti e a mamãe, mas agora tenho que realizar e concretizar a missão que me foi dada por Deus. Fazer o bem na forma de Entidade de Luz.
Que Oxalá e todos os Orixás abençoe a todos vós!
Sua benção, meu pai!"
E assim as imagens dos quatro vão desaparecendo no mesmo instante
que a linda luz brilhante vai se dissipando.
O pai de Aninha chora desesperadamente, com os braços erguidos ao céu, sentindo-se culpado por tudo aquilo. Ele abaixa as mãos deixa sua cabeça cair, se vira junto ao líder do povo da pequena ilha, se joga a seus pés e lhe pede perdão.
Nesse instante, todas as crianças saem ao convés, além de todas as pessoas que antes estavam adoentadas, só que agora completamente curadas.
Todos se abraçam, e um a um vão se colocando de joelhos, erguendo as mãos ao céu, e assim iniciaram lindas orações a maravilhosa Erê Aninha Estrelinha do Mar.
E assim a doce menina virou a bela Entidade de Luz que é, fazendo caridade, curando males, trabalhando em prol da caridade, paz, amor e harmonia a quem necessita, e quem busca seu auxilio em terreiros de Umbanda.
Por: Carlos de Ogum
Fonte: umbandayorima.blogspot.com.br