quinta-feira, 26 de março de 2015

Baiano Zé do Coco



Seu Zé antes era Zezinho, gostava tanto de cocada que seu apelido logo surgiu, Zé do Coco é seu nome, sua vida foi difícil e dos animais sempre cuidou, subia em coqueiros e gostava de apreciar a paisagem, eita mundão de Deus, dizia quando lá de cima derrubava os cocos, tinha um facão afiado, e não cortava planta sem precisão, sua Santa desbotava dentro de seu chapéu de palha, muito úmida de tantos beijos com sabor de cachaça, boêmio, de arrastar o pé nas modas de viola e nos berros da sanfona desenfreada, que só parava de dançar quando o dia raivada ou a pinga acabava, fazia o bem, para pobres ajudava na lavoura sem nada cobrar, apreciava um bom prato de comida regada na pimenta e a pinga para endurecer o fígado como dizia, contador de prosa e as mocinhas gostavam de ouvi-lo cantar, mas cuidado ela acaba seu canto quando a pinga terminar.
Seu Zé do Coco é lembrança de um começo para mim, minha mãe de Santo antes de partir com ele trabalhou, e nas caminhadas comigo ele ficou, e hoje por poucas vezes ele aparece em nossa casa, ele diz que mesmo que não o vejam, ele sempre esta por perto, nunca abandonará a quem sempre lembra dele.