domingo, 12 de janeiro de 2020

Joãozinho da Goméia

Joãozinho da Goméia


João Alves Torres Filho, nascido em 27 de março de 1914 em Inhambupe, Bahia. Sua família era católica e chegou ao coro da paróquia de sua cidade. Mas o menino parecia realmente já predestinado a viver o mundo das tradições religiosas afro-brasileiras, antes mesmo de iniciar uma casa de culto. Na pequena cidade onde nasceu, distante 153 km da capital, aos 10 anos já havia sido demonstrada sua personalidade forte, como bom filho de lansã. Aos 17, deixou uma família e rumou para Salvador, onde fez tudo para sobreviver. No armazém onde trabalhamos, conhecemos uma senhora que ajudou muito e consideramos como sua madrinha. Foi ela quem levou o terreiro de Severiano Manuel de Abreu, que recebeu uma entidade conhecida como Caboclo Jubiabá.
Uma das muitas histórias que contêm informações sobre sua iniciação ou o fato de Joãozinho sofrer fortes dores de cabeça sem explicação ou cura por meio da medicina. Assim que se realiza sua feitura, como dores de cabeça cessaram; teve apenas um aviso de que o menino já vinha com o destino traçado pelos orixás, que cobravam sua iniciação.Em torno da figura de Joãozinho da Goméia sempre houve muita polêmica; para muitos, que buscam formas de crítica, são considerados "feitos". Mas há filhas-de-santo de Pai Joãozinho que contamina todo o processo de iniciação. Uma delas, aos 92 anos, gravada no jornal Correio da Bahia, que tinha dúvidas de que, se estivesse vivo, alguém teve coragem de contradizer-Io. Após uma feitura de santo com Severiano Manuel, aos 18 anos, Joãozinho já tinha seu terreiro, onde manter os padrões do candomblé de caboclo e angola, cultivar orixás, encantados e espíritos de ameríndios. Com a morte de seu Pai-de-Santo, segundo alguns relatos, Joãozinho "refaz" o santo no terreiro de Gantois com Mãe Menininha, de Nação Keto. Começa então a polêmica que rodeia toda a vida de Joãozinho em relação aos seus trabalhos no Candomblé a mistura de Nações. Mas "Seu" João da Pedra Preta foi um fato importante para a consagração do culto ao Candomblé Angola e sua popularização. Intelectuais como Jorge Amado e Édison Carneiro projetaram o Terreiro da Goméia para o resto do Brasil. Joãozinho foi importante colaborador de Édison Carneiro durante a realização do II Congresso Afro-Brasileiro, realizado em 1937, em Salvador. Segundo escritor e pesquisador de tradições africanas, era Joãozinho, aos 24 anos, um Pai-de-Santo que destacou nenhum ambiente conservador da época. Mesmo consciente da genealogia e da hierarquia dos demais terreiros, conseguiu impor sua autoridade e seu nome se legitimar ao longo dos anos.
Seu fama como Pai-de-Santo conseguiu realmente mudar de direção para o Rio de Janeiro, onde foi instalado na cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ainda é o primeiro dia de hoje que ouvimos falar de um sacerdote do Rito Angola sendo lembrado com tanto carinho pelo povo de santo. Sua voz rouca, firme e afinada, saudita de Exu a Oxalá, e foi o agente mais importante na época em que começou a divulgar termos usados ​​no Candomblé por meio de mídia e artes, que sempre foram seus grandes aliados. Ao ir para a região Sudeste com seu culto, Joãozinho da Goméia sabia da importância e das vantagens de tornar conhecido os cultos afro-brasileiros. E sua influência se estende para outros estados; segundo pesquisa realizada em 1983, dos 24 mais antigos terreiros da capital e do litoral paulistas,
A década de 1950 em diante Joãozinho já era muito famosa no Rio de Janeiro e, até sua morte, em 1971, época em que o Pai-de-Santo mais conhecido no Brasil. Apesar de tudo, nunca seguimos a unanimidade entre o povo de santo - para muitos era um transgressor de ordens de culto e falava demais, características de um filho de orixás guerreiros Oxossi e lansã. Há uma passagem que ficou fortemente marcada na sua trajetória desafiadora para os trajes da época do Carnaval de 1956, quando saiu pelas ruas fantasiadas de "vedete Arlete" e foi duramente criticada e representada pelas mulheres-santo da Bahia e pela Federação Umbandista do Rio de janeiro, que acabou de escrever uma matéria na revista "O Cruzeiro", cujo título era: "Joãozinho da Goméia no Tribunal da Umbanda". Em entrevista, o polêmico pai-de-santo demonstra sua forte personalidade ao repórter, ao ser perguntado se sua atitude ao sair fantasiado de não-chocava os regulamentos do candomblé. - "De qualquer maneira. Primeiro, por que antes de brincar de pedi-la? No meu" Guia ", segundo, porque o fato de eu ter fantasias de mulher não implica em desrespeito ao meu culto, que é democrático. Os Orixás sabem quem somos feitos de carne e osso e tolerados superiormente como inerências da nossa condição humana, desde que não abusem do Iivre arbítrio ". Com relação como lalorixás baianas, Joãozinho se refere a todas com certo rancor, por nunca terem aceitado sua condição como importante sacerdote do culto. A única a quem se refere com mais respeito era Mãe Menininha, pois sempre manteve um relacionamento um pouco melhor com ela. Sobre Mãe Senhora, na época poderosa sacerdotisa do Axé Opon Afonjá, certa vez disse: "Conheço Senhora, mas nunca teve maior contato com ela, e não sou simpático. É um tipo de mulher muito orgulhosa; não é muito orgulhosa; é um pouco de ignorância ... " Com a chegada de Joãozinho da Goméia ao Rio de Janeiro, a Nação Angola viu-se instalada em Caxias, ganhando sua importância merecida. Mesmo para quem nunca aceita ou simpatiza com ele, admite que foi o maior responsável? Pela expansão do Candomblé no Sudeste, a partir de 1950. Crie milhares de filhos-de-santo que fundaram seus próprios terreiros em São Paulo e no Rio de janeiro. Até hoje essas casas têm orgulho em dizer que são da raiz da Goméia: Hoje em dia a verdadeira Goméia não existe mais. Depois de sua morte, em 1971, ou terreiro em Salvador, no bairro de São Caetano e o Duque de Caxias, não foram mantidos. O Caboclo Pedra Preta, sua entidade mais famosa, não teve um sucessor para representá-Io.Seus problemas de saúde causados ​​em 1966, quando teve um derrame cerebral; talvez já fosse uma manifestação do tumor que levaria à morte em 1971. Mas, segundo os membros de sua casa, a proximidade de sua morte já havia sido anunciada, mas não identificou o tempo. Na última festa que fez para a Lansã, este critério foi relutado muito para o manifesto. Isso aconteceu muitas vezes com o Caboclo Pedra Preta, que por quatro vezes sacudiu Joãozinho, mas não incorporou. Isso aconteceu pouco antes de sua viagem para São Paulo, onde viria a fazer sua passagem, durante a cirurgia para retirada de um tumor cerebral. Quanto à cirurgia, Joãozinho havia concordado, pois segundo filhas-de-santo que estiveram ao seu Jado durante uma luta contra o pai, Pai Joãozinho desejava que cumprisse a vontade de Deus. A descendência de Joãozinho da Goméia? maior no Rio e em São Paulo que na Bahia. Após sua morte, o terreiro em Duque de Caxias passou por uma disputa de poder - uma menina de dez anos após indicação de herança na Casa. Houve divergência interna e o terreiro acabou extinto. Em Salvador, na Rua da Goméia, o lugar onde a sua torre foi levada por uma caixa d'água de concreto, instalada pela empresa de saneamento básico da cidade. Mas como lembrança, assim como "Pai da Goméia" continua vivo para os mais antigos, e sua memória continua preservada nas muitas histórias contadas no seu respeito, por aqueles que conhecem ou conhecem bem perto.