De fevereiro de 1986 a agosto de 2014 Mãe Sylvia de Oxalá esteve no comando deste importante espaço religioso, consagrado e reconhecido como 1º espaço de Candomblé tombado pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) como patrimônio Histórico e cultural – Espaço de preservação das tradições ligadas à Orixalidade, como resultado do esforço desta importante líder religiosa.
Foram 32 anos de dedicação total ao Axé Ilê Obá sempre pronta a resgatar as tradições da raça negra e fortalecer os territórios negros de forma a romper com todo e qualquer tipo de preconceito e intolerância. Ressaltou a importância da sociabilidade do terreiro e a manutenção da identidade negra na cidade de São Paulo.
Mãe Sylvia de Oxalá foi uma importante liderança religiosa, cultural e política. Sempre muito atuante junto a comunidade e preocupada em difundir os trabalhos desenvolvidos através de participação em palestras, conferências e congressos com foco no trabalho de Durban (tratado concebido em Congresso, 2001, na África do Sul), no compromisso em prevenir, combater e erradicar o racismo, a discriminação racial, a xenofobia e a intolerância.
Idealizadora e fundadora do “Acervo da Memória e do Viver Afro Brasileiro Caio Egydio de Souza Aranha”, importante território conquistado para preservar e divulgar a cultura afro-brasileira, respeitando suas características ligadas à oralidade, o respeito a ancestralidade e a comunidade que deve se apropriar do conhecimento e compartilhá-lo para crescer e cada vez mais se reconhecer e fortalecer. Espaço este que requer luta constante para a sua autonomia e cumprimento de seu destino.
Os trabalhos de Mãe Sylvia de Oxalá em defesa das tradições e atuação em obras sociais junto à comunidade renderam inúmeras homenagens e prêmios, no Brasil e exterior:
- Prêmio Luiza Mahin 2012 – Câmara Municipal de São Paulo;
- Homenageada na exposição Raízes: Mulheres d´África, 2012 pelo Governo do Estado de São Paulo e Secretaria de Cultura por sua atuação no combate ao racismo junto à sociedade;
- Diploma de Gratidão de São Paulo, 1998;
- Medalha Anchieta, 1998;
- Prêmio Niños de la Calle, em Madrid;
- Prêmio Humanista, da Universidade de Ciências de Moscou, entre outros.
De 26 de Julho a 1º agosto de 2014 participou do importante evento I Seminário Internacional para Preservação do Patrimônio Compartilhado Brasil – Nigéria, que aconteceu em Salvador, Bahia.