“Ko sí Òòsà tí i dá´ni gbè léhìn Orí eni”
“Ko sí Òòsà tí i dá´ni gbè léhìn Orí eni”
“Nenhum Orixá abençoa uma pessoa antes de seu Orí”
Este oriki (verso sagrado) não deixa dúvida sobre a suprema importância desta divindade pessoal, inclusive, acima dos outros Orixás! Orí, porém, continua sendo um enigma no conhecimento popular do culto. Traduzindo da Língua Iorubana, Orí significa cabeça, entretanto quando se busca aprofundar algo mais, os devotos hesitam, titubeiam, emudecem… Se Orí é a mais importante de todas as divindades, porque este desconhecimento? Principalmente de uma divindade que reside justamente dentro de nós? Porque, de todos os Orixás, Orí é o mais misterioso? Para responder a esta questão temos de voltar às origens do nosso culto na África.
Dele depende a nossa existência, nosso sucesso, fracasso, saúde, doença, riqueza, pobreza, plenitude, felicidade. Sem a aprovação de Orí nenhum Orixá pode fazer nada pelo seu devoto. Por isso, para nós, Orí é o Orixá mais importante! É o único que nos acompanha na viagem dos mares sem retorno, como descrito no Itan de Ògúndá Méjì.
Voltando às Origens
No princípio dos tempos da Criação, Oduduwa havia criado a Terra, Oxalá havia criado o homem, seus braços, pernas, seu corpo, Olórúm lhe insuflou o èmí (respiração divina), a vida. Mas Oxalá havia se esquecido da cabeça. Oxalá não fez a cabeça do homem… Então Olórúm pediu a Àjàlà, (o oleiro divino), para confeccioná-la. Àjàlà quando foi confeccionar Orí, pediu a ajuda de Odú, e assim todos os Odús ajudaram a Àjàlà a confeccionar Orí. E assim nasceu Orí. Orí é composto da matéria divina dos Odús, misturados em quantidade e organizados segundo a sabedoria de Àjàlà a pedido de Olórúm. Do material (òkè ìpònrí) que Àjàlà utiliza para confeccionar Orí, se constitui èwò (tabu) para quem possuir esse Orí. E assim se determina as interdições alimentares dos indivíduos, pois, comer do próprio material de que foi constituído, caracteriza ofensa séria à matriz da qual foi criado.
Todo o homem quando vai para o Aiyé, invariavelmente, deve passar na oficina de Àjàlà e escolher o seu Orí. Esta escolha se chama Kàdárà, oportunidade e circunstância, e ao fazê-la, está determinando sua natureza e destino. Este momento ocorre da seguinte forma: A alma se ajoelha (posição fetal) diante dos pés de Olórúm (O Criador) e então lhe faz um pedido – Àkùnlé yàn – pedido esse que estará relacionando ao seu desejo de crescimento moral e espiritual. Então Olórúm lhe fixa o destino – Àyàn mó Ipín - que Orí deverá seguir, em que geralmente atende aos desejos do próprio Olórúm e às necessidades das restituições que Orí deve cumprir. E então recebe – Àkùn légbà – as circunstâncias que possibilitarão os acontecimentos, geralmente ligado às questões de tempo/espaço, meio e todo o entorno necessário ao melhor cumprimento do destino. Neste momento a alma recebe os seus èwós (tabus), interdições alimentares, de vestuário, de ação, etc. Afirma compromisso com o seu ancestral e tutor espiritual (Orixá). Afirma compromisso com o Bàbá Egún (Pai espírito) responsável pelo ìpònrí ancestral terreno que formou o seu corpo material, e que zela pelo desenvolvimento da família a que Orí fará parte. Todos os contratos são firmados e/ou reafirmados diante de Olórúm e de Orúnmilá, e à medida que o são o destino se lhe vai fixando. Então Orí se dirige a Àkàsò (a fronteira entre Orúm-plano espiritual, e Aiyé-plano físico) e pede passagem à Oníbodè (o porteiro), que lhe interrogará, o que fará no Aiyé, Orí lhe contará e mais uma vez se fixará nele o seu destino.
ORÍ – A FISIOLOGIA DIVINA
Orí então descerá e ocupará o seu lugar no Orí do corpo criado, através da chamada “moleira”, abertura no crânio do bebê que irá se fechando conforme se desenvolve ao longo dos anos, onde se dá a “armadilha para Orí”, uma vez encerrado lá, Orí somente voltará a se libertar do corpo na última expiração, pela boca. A princípio Orí assentar-se-á no cérebro (Opolo) daquele corpo, onde comandará Orí Òde (cabeça externa).
ORÍ ÒDÉ
A cabeça externa caracteriza-se pela cabeça física (crânio, cérebro, sistema nervoso central, olhos, ouvidos, etc) e também pela personalidade e intelecto que resultará da interação daquele corpo com Orí Innú (cabeça interna), a cultura local onde se desenvolverá o indivíduo, e o aprendizado que receberá desde o seu nascimento. Ou seja, Orí Òde é, além da cabeça física, a nossa pessoa como nós a conhecemos e como os outros a conhecem. É o mecanismo criado por Orí Innú para lidar com o mundo exterior. Orí Òde é o nosso “eu exterior”.
ORÍ INNÚ
A cabeça interna, é a nossa personalidade divina, ou nosso “eu verdadeiro”, ou nosso “eu supremo ou superior”. Em resumo, nossa alma. Abaixo de Orí Innú reside Elénìnìí (o opositor de Orí), no cerebelo (ipakó), responsável pelo esquecimento de Orí de sua missão, aquele que o vem atrapalhar a realizar, cumprir sua missão para com Olórúm e a Criação, conforme descrito no Itan do Odú Irosún Méjì. Êste, constitui o último nó para a transcendência de Orí Innú, e o cumprimento de sua missão original. Ainda existe Ipín Jeun (o estômago), e Obo Ati Oko (os órgãos sexuais), que são os outros nós que Orí Innú deve superar: medo, desejo, ambição, vaidade, ciúme, ira, egoísmo, etc…
ORÍN INNÚ AINDA SE DIVIDE EM:
1- Orí Aperé - o caminho predestinado, fenômeno narrado acima. O destino do indivíduo vem escrito em sua cabeça. “sua cabeça, sua sentença!”
2- Aparí Innú - o caráter (Iwà), a personalidade divina. Que é a essência de Orí Innú, a alma, e sua missão original. É através do desenvolvimento de Ìwà Pèlé (caráter reto, honesto, puro, bom) que Orí chegará à sua transcendência última! Enfim, como descreve o Odú Ogbè-Ègùndá: “Ìwà nikàn l´ó sòro o”
“Caráter é tudo o que se precisa”.
Ìwà Pèlé (caráter reto) é o que conduzirá Orí Innú até o Òrun Rere (plano espiritual dos Orixás), em caráter definitivo.
Assim sabemos que nossa divindade pessoal é Orí Innú (cabeça interna-alma), responsável pelo nosso destino e felicidade. Que o nosso Orixá (orí-o primeiro) é o tutor espiritual de nosso Orí Innú, mas que só poderá ajudar-nos se Orí o permitir. Que em nosso Orí Innú reside o nosso Odú (destino) e somente através de Orí e Odú podemos transmutar o nosso destino, e assegurar o cumprimento da missão confiada por Olodumaré. Que devemos nos resguardar de Elénìnìí, o inimigo de nossa missão e alma, aquele que pode nos trazer sofrimentos. E que nossa verdadeira essência, que devemos buscar, reside em Orí Innú (cabeça interna-alma) e não em nosso Orí Òde (cabeça externa-personalidade) que é tão somente o veículo de Orí Innú aqui no Aiyé. E, o mais importante: a missão maior de Orí Innú, à qual cabe ao nosso Orixá ajudar-nos, é o desenvolvimento de Ìwà Pèlé (caráter reto, bom), nosso passaporte para o encontro definitivo com Olórun!!
Orí o!!
Ire o!
Uma pessoa sem cabeça, é uma pessoa sem direção. Devemos notar que a cabeça é em geral, a primeira a entrar neste mundo, e é o recipiente ou residência de todas as escolhas. Quem é este Ori?
Ori-Isesé (Cabeça - O Designante), também Ori-Ooro (Cabeça ao Amanhecer), Ori Akoko (A primeira cabeça) ou simplesmente Ori (Cabeça), é este o primeiro e mais importante Orixá no Orum, e por causa de seu lugar primordial, Ori-Isheshé tem jurisdição sobre Ori-Inú, que é a cabeça pessoal ou divindade possuída por cada e todas as pessoas e Orixás, porque também os Orixás têm seu Ori individual, ou Ori-Inú.
Na crença Iorubá, Ori é a residência de cada escolha de realização na forma m que lutam para alcançar seu destino. Devido as circunstâncias de sua criação, todos os Orixás tem de prestar homenagem a Ori. Todas as cabeças feitas no culto ou devotos têm de tocar a terra com a testa como um ato de respeito ao primeiro Ori.
Na lenda do Orí e a escolha do destino, conta que Àjàlá fabrica muitas cabeças no ÒRUN e que cada ser humano que vive no ÒRUN – Céu e está para viajar para o Ayé – Terra, vai à casa de Àjàlá para escolher o seu Orí. E a vida do homem na terra vai depender crucialmente da escolha do Orí que ele fez. Pois, acredita–se que essa escolha já predestina o homem ao sucesso ou ao fracasso em sua vida no Ayé. Diz que Àjàlá é dado a tomar umas bebidas e ao ficar meio alto, ao fazer as cabeças Ele erra na composição da argamassa deixando-a fora do padrão necessário para ser moldada, muito arenosa ou excesso de liga. Também cozendo-as, às vezes muito, o que as torna muito rígidas e ressecadas ficando muito duras, queimadas e quebradiças. Ou cozendo-as pouco, deixando-as quebradiças e esfarelentas. Às vezes, as moldando tortas que quando cozidas ficam rotas. Ao escolher sua cabeça e seguir em direção ao àiyé, o ser humano atravessa vários ambientes como de calor excessivo de desertos: muito frio como das zonas gélidas da terra: zonas onde tem de atravessar tempestades com ventos e chuvas fortes. E se as cabeças não tiverem sido bem confeccionadas elas irão se danificar e ficarão em péssimo estado ao chegarem ao àiyé. Dependendo do estado em que cheguem, se a cabeça estiver boa àquela pessoa trabalhará, e tudo o que fizer será para si mesmo, podendo prosperar na vida, alcançando o sucesso e a fortuna. Se a cabeça estiver danificada, aquela pessoa trabalhará e tudo o que conseguir será para gastar com os reparos mo seu Orí.
Quando ele não foi muito danificado, os primeiro anos de vida dessa pessoa serão um pouco sacrificados, ela poderá passar por privações e dificuldades em virtude de não conseguir prosperar na vida, pois, tudo o que arrecadar irá para o conserto do seu Orí. Depois que ele terminar os reparos necessários, o que ele fizer será para si próprio, é então quando ele começa a prosperar em sua vida no àiyé.
Outras pessoas têm Orí tão danificados, que por mais que trabalhem na vida, jamais conseguirão consertar os danos do seu Orí. E tudo o que fizerem na vida será para gastar com seu Orí ruim. São aquelas pessoas que passam a vida toda vegetando, nunca conseguem fazer nem concluir as coisas, vivendo sempre na penúria e no aperto nunca possuindo nada de seu e não conseguindo serem felizes por mais que se esforcem, pois, tem um Orí ruim.
Mas, acredita-se que esses consertos podem ser feitos através de oferendas – Eborí – ebo Orí, que ajudarão a restaurar aquele Orí mais depressa, o que pode mudar um pouco essa predestinação. Não é porque a pessoa tem um bom Orí que ela poderá ficar sentada esperando tudo de bom na vida. Ela está predestinada ao sucesso em sua vida, mas, desde que trabalhe para isso. Seus caminhos estarão sempre abertos para alcançar seus objetivos, esforçando-se para isso.
Então é à nossa cabeça que devemos reverenciar não aquela tigela com alguns objetos que dizem, ser o Igbá Orí. Digo isso por que acredito assim. E algumas vezes, quando sou questionado por algumas pessoas que por “n” motivos, perguntam o quê fazer com seu “Igbá-Orí”. Outros, preocupadíssimos porque seus zeladores não querem entregar ou que pior ainda, despacharam seus Igbá-Orí.
Assim como, não é por ter escolhido um mau Orí que a pessoa tenha que viver na penúria a vida inteira. Ela poderá, através dos ebo reverter esse quadro, se não por completo, mas, em boa parte, pois ela estará resgatando parte da integridade do seu Orí. Mas, também, não será somente através dos ebo que isso será alcançado. Elas também haverão que se esforçar com muito mais força de vontade ainda para superarem suas barreiras. Podem não alcançar o sucesso total, mas, poderão ter uma vida mais amena com algumas realizações e alegrias.
Quando ele não foi muito danificado, os primeiro anos de vida dessa pessoa serão um pouco sacrificados, ela poderá passar por privações e dificuldades em virtude de não conseguir prosperar na vida, pois, tudo o que arrecadar irá para o conserto do seu Orí. Depois que ele terminar os reparos necessários, o que ele fizer será para si próprio, é então quando ele começa a prosperar em sua vida no àiyé.
Outras pessoas têm Orí tão danificados, que por mais que trabalhem na vida, jamais conseguirão consertar os danos do seu Orí. E tudo o que fizerem na vida será para gastar com seu Orí ruim. São aquelas pessoas que passam a vida toda vegetando, nunca conseguem fazer nem concluir as coisas, vivendo sempre na penúria e no aperto nunca possuindo nada de seu e não conseguindo serem felizes por mais que se esforcem, pois, tem um Orí ruim.
Mas, acredita-se que esses consertos podem ser feitos através de oferendas – Eborí – ebo Orí, que ajudarão a restaurar aquele Orí mais depressa, o que pode mudar um pouco essa predestinação. Não é porque a pessoa tem um bom Orí que ela poderá ficar sentada esperando tudo de bom na vida. Ela está predestinada ao sucesso em sua vida, mas, desde que trabalhe para isso. Seus caminhos estarão sempre abertos para alcançar seus objetivos, esforçando-se para isso.
Então é à nossa cabeça que devemos reverenciar não aquela tigela com alguns objetos que dizem, ser o Igbá Orí. Digo isso por que acredito assim. E algumas vezes, quando sou questionado por algumas pessoas que por “n” motivos, perguntam o quê fazer com seu “Igbá-Orí”. Outros, preocupadíssimos porque seus zeladores não querem entregar ou que pior ainda, despacharam seus Igbá-Orí.
Assim como, não é por ter escolhido um mau Orí que a pessoa tenha que viver na penúria a vida inteira. Ela poderá, através dos ebo reverter esse quadro, se não por completo, mas, em boa parte, pois ela estará resgatando parte da integridade do seu Orí. Mas, também, não será somente através dos ebo que isso será alcançado. Elas também haverão que se esforçar com muito mais força de vontade ainda para superarem suas barreiras. Podem não alcançar o sucesso total, mas, poderão ter uma vida mais amena com algumas realizações e alegrias.
A iniciação na Religião Iorubá significa o nascimento do Orí-inú dentro do culto aos Òrìsà. É uma maneira de demonstrar que a partir da iniciação aquela pessoa nasceu para a religião e para o sagrado com a confirmação do seu Orí-inú, que passará a ter representação física no àiyé. Aí, é que começa a história do Igbá Orí (literalmente, cabaça da cabeça, pois os assentamentos eram feitos em cabaças – igbá, daí o nome ter virado sinônimo de assentamento de Òrìsà) a Cabaça do Orí.
Costuma-se fazer assentamentos com as mais variadas coisas para representar o Orí de uma pessoa. Esta variedade de coisas deve-se a que o Orí seja o que individualiza o ser humano. Como no caso das impressões digitais, ninguém tem Orí igual ao de outra pessoa, cada Orí é único e exclusivo daquela pessoa. Então, faz-se o assentamento numa cabaça ou tigela, o mais comum entre nós, e esse assentamento é cultuado como Igbá – Orí, ou seja, a representação física do Orí-inú da pessoa. Tudo bem, este comportamento é usual e corrente. Mas, sem querer ser o único certo, longe de mim isso, Eu não concordo com esse tipo de Igbá Orí. Porque Eu penso que a melhor representação do nosso Orí-inú é o nosso Orí físico, ou seja, a nossa própria cabeça. A nossa cabeça física é a materialização da nossa cabeça interior, acho eu. Qual o melhor objeto para representar o nosso Orí-inú, que não a nossa própria cabeça? É dentro dela que se instala a outra do òrun, por isso, chamado Orí-inú (cabeça interior), mas interior onde? Da cabeça física que também acho, tem o formato do igbá (cabaça).
Quando fazemos um eborí nós estamos cultuando esta cabeça interior. E onde nós fazemos os preceitos? Diretamente em nossa cabeça, pois é ali que mora o nosso Orí-inú e o nosso Ori. Igbá Ori, segundo a Tradição de Orisa, não leva Okuta. igbá ori não deveria existir, pois não há lugar melhor para cultuar Ori Inu que sobre Ori Ode, porém ficou convencionado o uso dele.
Quanto ao Igba-Ori, quer dizer a bandeja onde guardamos o doublé, a representação material do Ori, este contém alguns itens de conhecimento restritos àqueles que tem o seu ori “assentado”. Posso, porém assegurar que dentre estes itens jamais encontrarás um Okuta (Ota).
ÀJÀLÁ ORÍ, ORÍ L’EWÀ, L’EWÀ, L’EWÀ.
ÀJÀLÁ ORÍ, ORÍ L’EWÀ, L’EWÀ, L’EWÀ.
OPÉ ÈNYIN EDÙMARÈ, WÁ ORÍ, E KÚ Ó.
OPÉ ÈNYIN EDÙMARÈ, WÁ ORÍ, E KÚ Ó.
E KÚ Ó ÒRUN, E KÚ Ó ÒSÙPÁ, E KÚ ÒJÒ, ÒJÒ BÒ ILÈ.
E KÚ Ó ÒRUN, E KÚ Ó ÒSÙPÁ, E KÚ ÒJÒ, ÒJÒ BÒ ILÈ.
IRÉ ORÍ Ó JÍ, Ó JÍ IRE ORÍ,
IRÉ ORÍ Ó JÍ, Ó JÍ IRE ORÍ.
Àjàlá que molda cabeças, deixe este Orì lindo, lindo, lindo.
Agradeço-te Deus, venha para esta Cabeça, eu te saúdo.
Eu saúdo o Sol, eu saúdo a Lua, eu saúdo a Chuva, Chuva que cai sobre a Terra.
Vc será uma Cabeça feliz, acorde feliz Orí.
ORI O ORI O
ORI MI O!
SE RERE FUN MI!
MEU ORI!
SE ALEGRE COMIGO!
Para termos ideia quanto a importância e precedência do ORI em relação aos demais ORISA, um Itan do ODU OTURA MEJI, ao contar a história de um ORI que se perdeu no caminho que o conduzia do ORUN para o AIYE, relata: “… OGUN chamou ORI e perguntou-lhe, “Você não sabe que você é o mais velho entre os ORISA? Que você é o líder dos ORISA?’…”. Sem receio podemos dizer, “ORI mi a ba bo ki a to bo ORISA”, ou seja, “Meu ORI, que tem que ser cultuado antes que o ORISA” e temos um oriki dedicado à ORI que nos fala que ” KO SI ORISA TI DA NIGBE LEYIN ORI ENI”, significando, “… Não existe um ORISA que apoie mais o homem do que o seu próprio ORI…”.
Quando encontramos uma pessoa que, apesar de enfrentar na vida uma série de dificuldades relacionadas a ações negativas ou maldade de outras pessoas, continua encontrando recursos internos, força interior extraordinária, que lhe permitam a sobrevivência e, inclusive, muitas vezes, mantém resultados adequados de realização na vida, podemos dizer, “ENIYAN KO FE KI ERU FI ASO, ORI ENI NI SO NI”, ou seja, “as pessoas não querem que você sobreviva, mas o seu ORI trabalha para você”, trazendo, essa expressão, um indicador muito importante de que um ORI resistente e forte é capaz de cuidar do homem e garantir-lhe a sobrevivência social e as relações com a vida, apesar das dificuldades que ele enfrente.
É importante dizer que é o ORI que nos individualiza e, por conseqüência, nos diferencia dos demais habitantes do mundo. Essa diferenciação é de natureza interna e nada no plano das aparências físicas nos permite qualquer referencial de identificação dessas diferenças. Sinalizando essa condição, talvez uma das maiores lições que possamos receber com respeito a ORI possa ser extraída do Itan ODU OSA MEJI, que reproduzimos a seguir e que é a resposta que foi dada por IFÁ para Mobowu, esposa de OGUN, quando ela foi lhe consultar:
“ORI BURUKU KI I WU TUULU.
A KI I DA ESE ASIWEREE MO LOJU-ONA.
A KI I M’ ORI OLOYE LAWUJO.
A DIA FUN MOBOWU TI I SE OBINRIN OGUN.
ORI TI O JOBA LOLA, ENIKAN O MO KI TOKO-TAYA O MO PE’RAA WON NI WERE MO.
ORI TI O JOBA LOLA, ENIKAN O MO.”
TRADUÇÃO
“Uma pessoa de mau ORI não nasce com a cabeça diferente das outras.
Ninguém consegue distinguir os passos do louco na rua.
Uma pessoa que é líder não é diferente E também é difícil de ser reconhecida.
É o que foi dito à Mobowu, esposa de OGUN, que foi consultar IFÁ
Tanto esposo como esposa não deviam se maltratar tanto, Nem fisicamente, nem espiritualmente.
O motivo é que o ORI vai ser coroado E ninguém sabe como será o futuro da pessoa.”
Para os yorubá o ser humano é descrito como constituído dos seguintes elementos:
- ARA, OJIJI, OKAN, EMI e ORI.
- ARA é corpo físico, a casa ou templo dos demais componentes.
- OJIJI é o “fantasma” humano, é a representação visível da essência espiritual.
- OKAN é o coração físico, sede da inteligência, do pensamento e da ação.
- EMI, está associado a respiração, é o sopro divino.
- Quando um homem morre, diz-se que seu EMI partiu.
- ARA, OJIJI, OKAN, EMI e ORI.
- ARA é corpo físico, a casa ou templo dos demais componentes.
- OJIJI é o “fantasma” humano, é a representação visível da essência espiritual.
- OKAN é o coração físico, sede da inteligência, do pensamento e da ação.
- EMI, está associado a respiração, é o sopro divino.
- Quando um homem morre, diz-se que seu EMI partiu.