segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
Uma História de Pai Gregório.
(Esta história é contada lá na Bahia)
Arcado, pelo sofrimento e pelo peso da idade, pois ele diz que morreu com cerca de noventa anos, chega sempre quando as coisas precisam se acalmar e tomar novos rumos. Prefere ao se incorporar em seu médiun, se apoiar em sua bengala, e receber seu pito, seu cachimbo, para relembrar os tempos de terra. Usa preferencialmente guias de lágrimas de nossa senhora a que ele chama de rosário de pai preto. Pai Gregório , gosta muito de ouvir histórias e causos ao término de seus trabalhos, mas se elas não chegam, ele mesmo as conta, como um velho vovô, conta aos seus nétinhos. Em determinada sessão o bondoso preto velho conta umas passagens de sua vida: Nasceu escravo em uma senzala nos confins bahianos, viveu a cata de cacau e cana de açucar em sua vida, e quando veio a lei Aurea ele estava velho demais para aproveitar a liberdade e conseguir seu sustento, então foi viver com os padres que o utilizavam para tirar esmolas nas saidas das missas, nem tudo foi ruim, ressalta, pois ele aprendeu muitas rezas e orações com os home de batina preta. Pai Gregório não gosta de fazer maldades, mas as desmancha como ninguém, grande rezador ele gosta de ajudar os outros”. Suas comidas preferidas: bolo de milho ou de fubá, café preto sem açúcar, vinho tinto suave, rapadura de coco, tutu com carne seca e couve e chá de cacau. Quem quizer lhe dar uma oferenda, deixe algumas destas coisas embaixo de uma árvore solitária no campo, pois o bom velhinho gosta de ficar sentado ali meditando e vendo seus filhos passarem. Pai Gregório ouve a mente de teu filho protege aqueles que estão angustiados, mostra-lhes as soluções para seus problemas e abençoa a minha família. Ao deixar a oferenda reze um pai nosso, ele acompanhará você nesta oração e você se sentira mais confortado e verá que tudo vai melhorar.
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